A embarcação que transportava 12 pessoas e naufragou na praia da Ponta Verde, na noite dessa quinta-feira (26), foi atingida pela maré alta e era feita de um material inferior, o que acabou não suportando a quantidade de pessoas a bordo, conforme relatado pelo marinheiro mercante Capitão França, com exclusividade para a reportagem da GazetaWeb.
De acordo com o profissional, a jangada foi atingida por uma onda forte, devido ao local impróprio em que a embarcação estava, durante uma maré cheia. Ainda de acordo com o capitão, o condutor realizou o trajeto de ida e volta por meio de um canal que pode gerar riscos àqueles que estão a bordo.
Artigos Relacionados
"Esse rapaz [o condutor], sem ter o devido conhecimento da área e sem conhecer o risco que estava correndo, fez essa passagem do canal duas vezes indo e voltando, só que na volta, infelizmente, aconteceu esse acidente por conta que a maré estava enchendo, então a embarcação ficou um pouco mais pesada", informou.
A situação fez com que os passageiros ficassem assustados, o que fez com que todos fossem para um lado só da jangada. Segundo o capitão, esse teria sido o momento em que a embarcação acabou virando.
O marinheiro ainda disse que sua equipe, que possui habilitação para realizar os passeios turísticos, estava passando pela região e avistou a situação. Ele também falou sobre uma vítima, mulher de 25 anos, que teve que ser socorrida após bater a cabeça e sofrer um afogamento do grau 3.
"A gente chegou a tempo, conseguimos fazer o resgate do pessoal. Trouxemos o pessoal para cá, uma das pessoas bateu a cabeça na madeira e chegou a desmaiar, então essa pessoa engoliu muita água. Eu conversei agora com um familiar e a pessoa disse que ela estava em casa, mas está em estado estável", tranquilizou.
Ainda de acordo com o relato do capitão, aquela jangada foi feita com um material diferente das que são autorizadas pelos profissionais que vistoriam os transportes aquáticos de turismo, o que pode ter sido uma das causas do acidente.
"Essa embarcação foi feita de fibra, madeira e garrafa pet, que não é o costume que a gente tem aqui de fazer. A gente faz com isopor, porque o isopor tem uma flutuabilidade maior. Então, por ela ser desse tipo de material, o flutuante ser de garrafa pet, o que aconteceu é que ela não tinha capacidade de levar o que ela cabia realmente. Ela estava num documento para doze pessoas, só que ela não aguentava nem com seis direito", alertou.
O resgate das 12 vítimas foi realizado com sucesso pela equipe da Marinha, com apoio do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBM/AL); porém, apesar de tranquilo, o profissional relatou que as pessoas que estavam a bordo estavam embriagadas e apresentavam cortes em decorrência aos corais.