O julgamento dos dois últimos acusados de matar o empresário Jair Gomes de Oliveira, conhecido como 'Grilo', há 10 anos, em Palmeira dos Índios, ocorreu nessa segunda-feira (16), no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, no Barro Duro. O réu Fernando Carlos Medeiros foi condenado a uma pena de 18 anos e 09 meses de reclusão, enquanto Gilberto Bispo foi absolvido.
O caso teve desaforamento deferido pela Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) ainda em 2016. Com a condenação dos outros dois participantes do crime, efetivada em 2014, José Rosendo Sembém e Josivaldo Rosendo Sembém, apontados como executores do crime, restavam Fernando Medeiros, tido como autor intelectual, e Gilberto Bispo, um dos executores.
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Segundo relatos, o crime teria sido motivado após uma discussão entre a vítima e o empresário Fernando Medeiros, em uma cafeteria da cidade, onde os dois se desentenderam e Jair Gomes teria empurrado Fernando, fazendo com que o mesmo caísse. Testemunhas relataram que, no momento, Fernando Medeiros teria dito que "aquilo não ficaria assim".
Durante o julgamento, o irmão da vítima, José Leão, em seu testemunho, afirmou que Fernando teria iniciado a confusão que teria gerado a desavença e que seu irmão, Jair, teria agido em sua defesa, tentando afastar Fernando no momento da discussão. José Leão afirmou, ainda, que o acusado passou a procurar alguém que pudesse efetivar o crime, tendo, posteriormente, conseguido reunir todos os envolvidos.
O representante do Ministério Público (MP), promotor Leonardo Novaes, ressaltou que Fernando Medeiros teria afirmado, em seu primeiro depoimento, que não estava em Palmeira do Índios no momento do crime, tendo sido provado, posteriormente, através de interceptações telefônicas, que o mesmo se encontrava na cidade.
Após o depoimento de José Leão, o juiz John Silas da Silva, responsável pela condução da sessão, o questionou se o mesmo estava ciente de que a morte de um dos envolvidos no crime estava sendo atribuída a ele. José Leão negou a ciência da acusação.
Tereza Cristina, viúva da vítima, classificou o crime como uma monstruosidade e se emocionou ao relatar as consequências emocionais do crime. "Eu entrei em depressão depois de tudo, vieram muitas dívidas, muita humilhação. Meus filhos deixaram de conviver com o pai. Até hoje estamos lidando com tudo isso", contou emocionada.
A defesa de Fernando Carlos Medeiros, por sua vez, sustentou a tese de que, na ocasião, a vítima seria responsável pelo início da discussão, e de que a mesma já teria se envolvido em outras discussões em situações diversas.
Ao final do julgamento, Fernando Carlos foi condenado a uma pena de 18 anos e 09 meses de reclusão, enquanto Gilberto Bispo foi absolvido pelo corpo de jurados.