Era para ser só um passeio entre amigas de infância, mas terminou em tragédia. Quatro amigas que almoçaram juntas e decidiram estender o encontro indo até a Serra da Barriga, em União dos Palmares, para participar de um evento cultural, estavam no ônibus que caiu em uma ribanceira nesse domingo (24), e duas não conseguiram resistir.
Jeane Furtunato de Lima, de 42 anos, filha de Marilene Furtunato de Lima, de 62, que sobreviveu ao acidente, fala emocionada sobre a angústia que sentiu até a confirmação de que a mãe estava com vida.
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Internada no Hospital Geral do Estado (HGE), Marilene perguntava o tempo todo, nessa segunda-feira (25), pelas amigas que estavam com ela no veículo. Até a manhã de ontem, ela ainda não tinha sido informada que duas delas não sobreviveram à tragédia.
“Quando soubemos do acidente, ficamos todos desesperados, sem notícias dela. Um taxista contou a uma vizinha que tinha visto a minha mãe com as amigas, que elas estavam no ônibus. Meu cunhado, que é motorista de ambulância, atuou no resgate e primeiro confirmou a morte de uma das amigas. Depois, soubemos da outra morte. Ele não chegou a ver a minha mãe, então, minha irmã foi ao hospital, deu o nome dela, mostrou uma foto e, graças a Deus, tivemos a notícia de que ela estava com vida”, afirmou.
Segundo Jeane, a mãe estava toda suja, com matos presos aos cabelos e muitos ferimentos nas pernas e braços, mas permaneceu consciente o tempo todo, sendo encaminhada ao HGE. Ontem, o quadro dela estava estável, mas sem previsão de alta.
A filha conta que era a primeira vez que Marilene estava subindo a Serra da Barriga e que ela não costumava sair para passear, mas que sempre ia até a casa dessas amigas para conversar e se distrair um pouco. “Ela não é muito de passear, a não ser para casa de parentes, porque tem o meu pai, que é acamado. Essas amigas dela são de infância, da época em que a gente morava no sítio. É aquela amizade bem verdadeira, e agora aconteceu essa tragédia”, contou.
Jeane disse, ainda, que não tinha conhecimento de que a mãe faria o passeio nesse domingo, mas que a irmã dela contou que tinha ouvido uma conversa de Marilene com as amigas na qual combinava a ida até a Serra da Barriga. “Eu não sabia que ela iria subir a serra, muito menos em um ônibus desse”, falou.
Por fim, Jeane relata que falou pouco com a mãe sobre o ocorrido, mas que ela chegou a dizer que havia muitas crianças no ônibus. Uma delas, inclusive, estava com uma das amigas de Marilene que não sobreviveu.