O árbitro Júlio Cesar Fárias e o restante da equipe de arbitragem agredidos logo após o fim da partida entre Coruripe e Santa Cruz ocorrida no sábado (19), válida pelas semifinais do Campeonato Alagoano sub-20, está cogitando abandonar a carreira, caso não haja punição para os envolvidos no caso.
O árbitro, que pertence ao quadro da CBF, conversou com a reportagem daGazetaweb, na tarde desta segunda-feira (21), e além de relatar o caso, demonstrou tristeza ao revelar que essa não é a primeira vez que sofre agressões no meio do futebol.
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Segundo ele, já houve outro caso semelhante em uma partida do profissional do Campeonato Alagoano. Na ocasião, ele teve os pneus do carro furados, em Murici. Em outro jogo do sub-20, há dois anos, ele afirma ter sido vítima novamente de agressão em Atalaia. Para ele, a impunidade desmotiva ainda mais a continuidade da carreira.
Nas semifinais do Alagoano sub-20, ele disse que a confusão foi iniciada ao fim do segundo tempo. "Estava em 45 do segundo tempo. Os jogadores das equipes se estranharam e houve uma expulsão. Vendo que não tinha mais condições de haver o jogo, chamei os dois assistentes e o quarto árbitro para encerrar a partida. E aí os jogadores do Coruripe passaram a nos agredir com chutes e socos até dentro do vestiário", relatou.

Segundo o árbitro, depois que eles entraram no vestiário, foram logo atingidos. As agressões continuaram e até anilhas de 5kg, usadas em academias, foram arremessadas contra os profissionais. "Ver um objeto desses, que pode chegar a matar, sendo arremessado contra nós desmotiva muito. Espero que isso não fique impune e que todas as partes sejam ouvidas e arquem com as consequências", explicou.
Vice-presidente da Comissão de Arbitragem, George Alves lamentou o ocorrido e explicou que não há policiamento no local e o regulamento não exige a presença de policias para que a partida seja realizada.

"A comissão lamenta o fato. O objetivo nosso é de que isso não aconteça no futebol. Não admitimos essa atitude e a Federação Alagoana vai adotar algum procedimento. Vamos dar total apoio aos árbitros desse episódio. O policiamento para jogos amadores é necessário, apesar de o regulamento não falar em ser obrigatório. Talvez o número de contingente não atenda à demanda, e a polícia tem outras prioridades. Alguns jogos eles vão e outros não vão".
No entanto, o árbitro informou que a partida só foi iniciada porque a Comissão de Arbitragem informou que um ofício havia que garantia que o policiamento estava indo fazer a segurança dos presentes no estádio havia sido expedido, o que não aconteceu. Júlio César entregará a súmula da partida no final da tarde desta segunda, à Federação Alagoana de Futebol (FAF).
Através da assessoria, a FAF informou que estão estudando uma punição administrativa ao Coruripe, além de encaminhar a súmula ao Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), para que haja o julgamento dos envolvidos na agressão.
A assessoria do Coruripe, através de nota, limitou-se a dizer que condena os episódios ocorridos. Disse também que os fatos serão devidamente apurados e os responsáveis serão submetidos às normas e regras dispostas no regimento do clube.