Policiais civis da Delegacia do Consumidor (Decon), com o apoio do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), prenderam neste domingo (20/10), em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, uma funcionária do laboratório PCS Lab Saleme, interditado desde que seis pacientes foram infectados com HIV depois de realizarem transplantes de órgãos.
Adriana Vargas dos Anjos é suspeita de envolvimento na emissão de laudos falsos que resultaram na contaminação por HIV de pacientes transplantados no Rio de Janeiro. Os exames sorológicos eram de responsabilidade da PCS Lab.
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Além da prisão dela, foram cumpridos mandados de busca e apreensão contra outros sete alvos. Esta é a segunda fase da Operação Verum. Na primeira etapa, realizada na segunda-feira passada (14/10), houve a detenção de duas pessoas, incluindo o técnico de laboratório Ivanilson Santos, que afirmou que a coordenadora Adriana teria dado a ordem para economizar no controle de qualidade.
Com isso, a Decon considerou concluída a primeira etapa da investigação. Atualmente, além das diligências de hoje, estão em andamento a análise dos documentos e materiais apreendidos.
Segundo as investigações, conduzidas pela Delegacia do Consumidor, houve uma falha operacional no controle de qualidade aplicado nos testes, com o objetivo de diminuir custos. A análise das amostras deixou de ser realizada diariamente e se tornou semanal.
Em nota, a Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) informou que a força-tarefa do governo do estado visa à rápida elucidação dos fatos e à responsabilização dos envolvidos em caso de constatação de irregularidades.
Laboratório contratado sem licitação
Como mostrado pelo Metrópoles, o laboratório foi contratado pelo governo do Rio de Janeiro em um processo emergencial e sem licitação. Além disso, dois sócios do laboratório são parentes do deputado Doutor Luizinho (PP-RJ), ex-secretário de Saúde do Rio.
A empresa de saúde, que fica em Nova Iguaçu (RJ), foi contratada em outubro do ano passado pela Fundação Saúde, órgão ligado à Secretaria de Saúde do Rio. O contrato é de R$ 3,9 milhões e abrange um período de 180 dias.