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Leila Pereira, presidente do Palmeiras

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Blog do Marlon

Quando a Experiência Vira Alvo: O Etarismo no Futebol e a Polêmica dos Gramados Sintéticos


			
				Quando a Experiência Vira Alvo: O Etarismo no Futebol e a Polêmica dos Gramados Sintéticos
Leila Pereira, presidente do Palmeiras. (Foto: Divulgação/ SE Palmeiras)

A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, fez um comentário que, no mínimo, merece reflexão. Ao se referir ao movimento contra o gramado sintético, a dirigente disparou que “normalmente os atletas que reclamam são mais velhos” e que eles, “já deveriam ter parado de jogar futebol ao invés de ficar reclamando do gramado”. A provocação, carregada de etarismo, tem tudo para gerar um debate mais profundo sobre as questões envolvidas na reclamação de alguns dos maiores nomes do futebol brasileiro.

O que se esconde por trás dessa fala de Leila Pereira, em uma clara tentativa de desqualificar o protesto de grandes jogadores como Neymar, Thiago Silva e Gabigol, é a velha lógica de que o tempo de vida útil de um atleta está diretamente ligado à sua idade, como se as gerações mais experientes no futebol não tivessem mais nada a contribuir para o jogo além de serem engolidos por uma estrutura cada vez mais mercantilizada e insustentável.

A declaração de Leila dá a entender que jogadores que já passaram dos 30 anos, não têm o direito de reclamar de um tema que impacta diretamente a saúde, o rendimento e, principalmente, a qualidade do esporte que eles representam. Afinal, são esses jogadores que, em boa parte, seguram o futebol brasileiro em alto nível. E a preocupação com o sintético, que é apontado como um causador de lesões, não deveria ser apenas uma reivindicação da “ala experiente”, mas uma questão de bom senso e preservação do esporte principalmente para os dirigentes.

Ela rechaça que, se os gramados europeus são tão bons, “ótimo, fiquem lá, não venham para cá”. Ora, não estamos falando de preferência pessoal ou de uma questão estética. Estamos tratando da saúde, do futuro da profissão e da qualidade do espetáculo para o público que consome o futebol. O movimento, que inclui jogadores de peso, está para além de uma simples reclamação de veteranos que querem prolongar suas carreiras: trata-se de um alerta para o que está se tornando um problema no futebol brasileiro.

A fala de Leila Pereira despreza o aspecto científico da questão, algo que os jogadores – entre eles médicos e especialistas em saúde – já levantaram em diversos momentos. Não se trata de um “manifesto sem comprovação científica”, como ela sugere, mas de um movimento legítimo de quem vive o futebol diariamente. Afinal, não são os dirigentes que estão pisando nos campos sintéticos, arriscando lesões, encurtando carreiras, e vendo sua integridade física ser comprometida por um material que, em diversas pesquisas, já foi apontado como mais agressivo do que os gramados naturais.

A solução proposta pelos jogadores é clara e simples: gramados de qualidade, ponto. Mas enquanto isso não se concretiza, a postura de dirigentes como Leila só aumenta a frustração daqueles que, ao longo dos anos, têm lutado para tornar o futebol mais seguro, saudável e sustentável, tanto para os atletas quanto para os fãs. O que se espera, então, é que a discussão evolua e que a solução passe pela melhoria das condições do esporte no Brasil – um esporte que, vale lembrar, é de todos, independentemente da idade.


			
				Quando a Experiência Vira Alvo: O Etarismo no Futebol e a Polêmica dos Gramados Sintéticos
Marlon Araújo

É preciso, de fato, ouvir os jogadores – de todas as idades. Eles são, afinal, os verdadeiros protagonistas desse espetáculo que tanto amamos. E quando um dos pilares do futebol nacional, como a saúde dos atletas, começa a ser questionado, é hora de refletir mais profundamente sobre as decisões que estão sendo tomadas nas salas de reunião, longe dos campos onde o jogo realmente acontece.

Em vez de desqualificar quem levanta um ponto legítimo, que a presidente do Palmeiras, e outros dirigentes, comecem a pensar no impacto dessas discussões para o futuro do futebol. Afinal, quando a saúde do jogador é negligenciada, o que se perde não é só o bem-estar deles, mas também o próprio espetáculo.

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