
O advogado preso durante a operação Praedatorius Patronum (Patrono Predatório, em latim) era natural do Paraná e, mesmo assim, atuava em mais de 200 processos e diversas comarcas de Alagoas. A informação foi repassada pelo delegado Thales Araújo, diretor da Diretoria de Inteligência Policial (Dinpol). O profissional foi detido preventivamente na cidade de Paranavaí e está no sistema prisional do estado.
A ação teve início a partir de uma comunicação do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), que apontava possíveis irregularidades cometidas pelo advogado em um processo que tramita na comarca de Capela-AL.
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“A questão toda se dá em volta em como esses processos tocados por ele se iniciam e como se desenvolvem, no contexto que muitos chamam de advocacia predatória. Ele trabalha com processos em massa, tem mais de 200 processos no Tribunal de Justiça de Alagoas, não só em Capela, mas em várias comarcas. São processos referentes a revisão de empréstimo, concedimento de cartões, créditos consignados, e ele atua, muitas vezes, sem conhecimento das partes. Tudo indica que ele utilizou documento das vítimas, foi isso que gerou uma desconfiança do Poder Judiciário”, explica o delegado Thales.

Segundo a investigação, no entanto, ele atuava em processos de outras comarcas do estado, em processos reais, mas sem o conhecimento dos supostos clientes.
As investigações revelaram que o suspeito teria praticado crimes como fraude processual, falsidade ideológica, falsidade documental, patrocínio infiel e estelionato. Ele atuava em um processo civil representando uma pessoa que sequer tinha conhecimento da existência da ação ajuizada supostamente em seu benefício.
Foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, um de prisão e apreendidos computadores, celulares e diversas documentações referentes à atuação do investigado em processos no Estado de Alagoas. Todo o material apreendido será analisado para aprofundar a apuração.
“Ele foi interrogado, acompanhado de um advogado, e afirmou que ele teria produzido toda documentação do processo e vindo a Alagoas fazer isso. Cabe a gente trabalhar essas informações para que a gente possa confirmar a versão final”, disse Araújo.
O advogado ficou preso preventivamente e foi encaminhado ao sistema prisional do Paraná, em uma sala de Estado Maior.