A polícia investiga a ligação entre uma possível discussão com um policial militar e a morte dos irmãos Adalberto Victor e Alberto Luiz Monteiro Xavier Lins, de 17 anos e 18 anos, respectivamente. Os dois foram assassinados num intervalo de três meses e o segundo deles teria se envolvido em uma confusão com um PM.
A discussão teve a participação de Adalberto e, coincidentemente, no mesmo dia, Alberto desapareceu. Ele foi levado de casa, na Serraria, por militares, que na verdade procuravam seu irmão. A ossada dele foi encontrada na cidade de Marechal Deodoro e reconhecida após a realização de um exame de DNA.
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Já o mais novo dos dois irmãos foi assassinado no último dia 14 de junho, quando homens armados entraram em uma residência onde ele estava e disferiram oito disparos de arma de fogo. O crime aconteceu no bairro do Antares e a polícia busca saber agora qual a ligação entre eles.
Os homicídios são apurados por delegados diferentes. Ronilson Medeiros é responsável pela investigação da morte de Adalberto Victor, que seria usuário de drogas. Segundo ele, duas linhas estão sendo averiguadas: a ligação com o tráfico e o envolvimento com o assassinato do irmão.
O delegado esclarece que tomou conhecimento de uma possível discussão entre a vítima e militares. "Mas não tenho informações condizentes sobre isso. Soube que houve essa discussão", aponta ele. "Isso talvez seja uma motivação para o primeiro homicídio, mas não posso falar nada porque não é do meu caso".
A outra morte é acompanhada pelo delegado Manoel Wanderley, da Delegacia de Marechal Deodoro, onde a ossada de Alberto Luiz foi encontrada. De acordo com ele, o inquérito está sendo finalizado, faltando o laudo cadavérico e o depoimento dos PMs que levaram o jovem de casa, marcado para a próxima terça-feira (3).
A polícia ainda não sabe a motivação para o homicídio. "Estamos apurando essa motivação, porque na verdade quem teve problemas foi o irmão dele, assassinado em Maceió. Não sei porque sobrou para esse menino, porque ele não tinha nem antecedentes", ressalta.
As oitivas acontecem após acordo fechado entre a Polícia Civil e o Comando Geral da Polícia Militar. Ao todo, nove policiais, de três equipes, devem ser ouvidos. "Foram três viaturas que pegaram o rapaz, e tem que ouvir todo mundo. Tem que saber onde deixaram esse rapaz e como deixaram. O que fizeram. Por que pegaram sem mandado de prisão, de busca? Por que levaram o rapaz, por que prenderam?".
Os PMs citados fazem parte da Força Tarefa e a Corregedoria já havia confirmado que eles estiveram na casa da vítima no mesmo dia em que ela desapareceu.