Imagem
Menu lateral
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
Imagem
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no facebook compartilhar no linkedin
copiar Copiado!
ver no google news

Ouça o artigo

Compartilhe

HOME > notícias > POLÍCIA

Inquérito sobre fraude em concursos da PC, PM e Bombeiros de AL indicia 77 pessoas; 61 foram afastadas

Polícia explicou como funcionava o esquema; candidatos chegaram a pagar até R$ 100 mil por respostas corretas

Setenta e sete pessoas indiciadas e o pedido de afastamento de 61 pessoas de concursos públicos. Os números fazem parte de um balanço divulgado pela cúpula da Segurança Pública nesta quarta-feira (18), referente às investigações das fraudes em três certames realizados em Alagoas: o de soldado da PM, oficial da PM, soldado do Corpo de Bombeiros e agente da Polícia Civil. Segundo os investigadores, os suspeitos conseguiam colocar a prova presa ao corpo e pediam para ir ao banheiro afim de contatar pessoas em ambiente externo para pegar respostas.

Em regra, era cobrado o valor de R$ 5 mil para participar do esquema e ter acesso às respostas corretas das questões referentes às provas de cargos que exigiam o Ensino Médio. Para as questões de nível superior, esse valor dobrava e subia para R$ 10 mil.

Além desses valores, que eram considerados uma "entrada", os aprovados se comprometiam a repassar uma quantia no valor da margem do consignado, assim que assumissem os cargos. As investigações apontaram que alguns candidatos chegaram a pagar até R$ 100 mil. Os pagamentos eram feitos, em sua maioria, em espécie, mas também foram encontrados depósitos com esse fim.

No total, foram afastados 20 candidatos que fizeram o concurso da Polícia Civil de AL, 37 para soldado da Polícia Militar de AL, 10 para oficial da PM e 6 do Corpo de Bombeiros Militar de AL. Os números correspondem, também, aos candidatos que foram eliminados pelo próprio certame, independentemente da fraude. Um detalhe que é que teve candidatos que se inscreveram em mais de um concurso público.

Entre os indiciados, estão professores de cursinhos situados em Pernambuco, intermediadores, chefes de quadrilha e os próprios participantes. No total, 17 pessoas foram presas até o momento, nos estados de Sergipe, Pernambuco, Alagoas e Paraíba.

Como funcionava a fraude

Durante coletiva de imprensa, a cúpula da SSP explicou como funcionava o esquema. Uma pessoa que integrava o grupo se inscrevia no certame e, com pouco tempo de prova, saía da sala levando o caderno de questões preso ao corpo para o ambiente externo, com o argumento de que precisava ir ao banheiro.

Lá, enviava imagens - fazendo uso de minúsculos aparelhos - das questões para professores que estavam no ambiente externo. Eles recebiam e respondiam, informando apenas as alternativas corretas e transcrevendo o início das questões, para o caso de modelos diferentes de provas. Os fraudadores levavam de 30 minutos a 1h30 para receber as respostas fraudadas.

Os candidatos que tinham pago para receber as respostas, por sua vez, faziam uso de aparelhos capazes de receber SMS e chamadas, além de pontos eletrônicos nos ouvidos. Era por lá que eles recebiam as respostas que deveriam ser marcadas no exame. Os candidatos eram divididos em grupos e cada um desses grupos contava com o apoio de um guia, que orientava na hora do certame.

Os trabalhos investigativos apontaram para erros absurdos de Português na redação e prova discursiva.

Artigos Relacionados

Investigações

As investigações envolveram quase 200 profissionais da Polícia Civil e foram iniciadas no ano passado, após recebimento de denúncia de fraude por meio do 181 em três concursos realizados em Alagoas, com a participação de fraudadores de diversos estados. Durante os trabalhos da Operação Loki, foram analisados mais de 180 dispositivos e encontrados indícios de fraudes em outros sete concursos públicos, sendo mais um em Alagoas e os demais em outras unidades da federação.

Pontos eletrônicos e aparelhos celulares foram apreendidos e foi realizada a perícia e extração de dados nos locais onde foram obtidos elementos que materializaram o início da operação. De acordo com a polícia, também foram descobertos possíveis crimes que também teriam sido praticados pelos suspeitos, tais como tráfico de drogas, pedofilia, falsidade ideológica, falsidade documental, porte ilegal de arma de fogo e agiotagem.

Bancas

As bancas fraudadas são as mais variadas e não só de concurso público, mas também de Exames da Ordem. A polícia encontrou indícios do crime em certames da Cebraspe, Cesgranrio, FGV e bancas regionais.

Segundo a polícia, com esse balanço, as investigações estão encerradas, mas caso surjam outras informações, serão solicitadas medidas cautelares à Justiça.

App Gazeta

Confira notícias no app, ouça a rádio, leia a edição digital e acesse outros recursos

Aplicativo na App Store

Relacionadas