O caso da mulher brasileira, de 79 anos, encontrada morta presa em um colchão com baratas, percevejos e fezes, em Massachusetts, Estados Unidos, ganhou novos contornos após a Promotoria de Massachusetts apresentar uma série de acusações contra a filha, a neta e uma cuidadora da mulher.
As acusações incluem abuso de idosos, fraude no Medicaid e furto. A filha da brasileira, Eva Cardoso, de 53 anos, também é acusada de homicídio culposo.
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Segundo os promotores, Dinorá Cardoso foi encontrada pelos bombeiros em condições imundas e infestadas de insetos em um apartamento em Brockton em maio de 2023, após sua filha, a única responsável por ela à época, ligou para o 911 para reportá-la como mentalmente instável.
A procuradoria ainda acusa as três mulheres de desviarem mais de US$ 140 mil recebido por Dinorá ao longo de três anos através do MassHealth. O valor deveria ser destinado a uma cuidadora pessoal da mãe.
Kayla Cardoso, de 31 anos, é neta da vítima e era responsável, segundo acusação, de supervisionar os quadros de horários enviados para o atendimento como representante legal de assistência médica. Os promotores afirmam que ela além de ter feito vista grossa, dividiu, supostamente, os cheques com a tia.
“Kayla basicamente admitiu saber que havia baratas, ter visto matéria fecal e reconheceu que poderia ter feito algo, mas não fez”, disse Heidi Gosule, da Divisão de Fraude do Medicaid do Procurador-Geral.
Os promotores ainda afirmaram que, quando a vítima foi hospitalizada em decorrência da diabetes, já estava há meses sofrendo com escaras e infecções graves que exigiram cirurgia. Dinorá Cardoso morreu apenas dois dias após ser transferida para um hospital de Boston.
A enfermeira visitante obrigada a verificar os níveis de insulina da vítima, semanalmente, Lisa Hamilton, de 64 anos, também foi acusada de negligência. Ela pagou fiança de US$ 500 e se recusou a comentar fora do tribunal.
“O papel dela em relação ao cuidado da vítima neste caso foi mínimo”, disse a advogada de defesa.
O promotor de Plymouth, Timothy Cruz, afirmou que Dinorá Cardoso é quem precisa de uma voz neste caso.
“A vítima não está aqui para poder falar sobre o que aconteceu com ela, o que ela suportou, e a dor e o sofrimento que você ouviu lá. Temos que ser uma voz para ela”, disse o procurador.
Foi concedido direito de fiança a Eva Cardoso no valor de US$ 5 mil e para Kayla Cardoso no montante de US$ 500.