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Farc dizem que manterão cessar-fogo na Colômbia, apesar de plebiscito

Cessar-fogo será mantido em alívio às vítimas, diz comandante máximo. População da Colômbia rejeito acordo de paz em votação neste domingo

As Farc manterão o cessar-fogo definitivo na Colômbia, acertado com o governo, apesar de neste domingo a população colobiana ter rejeitado em plebiscito o acordo de paz, anunciou nesta segunda-feira (3) o comandante máximo dessa guerrilha, Timoleón Jiménez, conhecido como "Timochenko".

"Reafirmamos ante a Colômbia e o mundo que as frentes guerrilheiras em todo o país permanecerão com o cessar-fogo bilateral e definitivo como uma medida necessária de alívio às vítimas do conflito e em respeito ao que foi acertado com o governo", declarou Jiménez em um vídeo transmitido de Havana, sede das negociações de paz.

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Timochenko acrescentou que a guerrilha se manterá fiel aos acordos, apesar de os colombianos terem votado contra o pacto que ele assinou como presidente Juan Manuel Santos na segunda-feira passada, depois de quatro anos de difíceis diálogos e diante de 15 chefes de Estado e do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon.

Contrariando as expectativas, a população da Colômbia rejeitou o acordo de paz em votação neste domingo. O resultado foi apertado: 50,21% para o "Não" e 49,78% para o "Sim".

O resultado surpreendeu e evidenciou um país dividido sobre como alcançar a paz que todos dizem almejar. Um dos pontos do acordo mais criticados pelos opositores é sobre a participação política das Farc, que receberiam dez cadeiras no Congresso do país.

O revés, inesperado tanto para o presidente Juan Manuel Santos como para "Timochenko", intensificou, no entanto, a vontade de ambos de buscar uma saída política para o conflito armado.

Antes do resultado da votação, o governo havia afirmado não ter um "plano B" caso o referendo indicasse uma vitória do "Não". Porém, após reconhecer a derrota, o presidente garantiu que o cessar-fogo continuará em vigor.

"Não me renderei. Seguirei buscando a paz até o último dia de meu mandato, porque este é o caminho para deixar um país melhor aos nossos filhos", declarou Santos em um discurso no domingo à noite na sede da presidência, a Casa de Nariño, ao lado da equipe do governo que negociou o acordo.

Momento de incerteza

O pacto com as Farc, de 297 páginas, buscava terminar com o principal e mais antigo conflito armado das Américas, um complexo emaranhado de violência entre guerrilhas, paramilitares e agentes do Estado, com um balanço de 260 mil mortos e 6,9 milhões de deslocados.

O acordo previa o ingresso das Farc na vida política de forma legal. Seus 5.765 combatentes - segundo números da guerrilha - iriam se concentrar em 27 lugares para seu desarmamento e posterior reinserção à vida civil.

O compromisso alcançado em Cuba também estabelece que quem confessasse seus crimes diante de um tribunal especial poderia evitar a prisão e receber penas alternativas. Agora, porém, o que reina é a incerteza absoluta.

Colombianos que votaram contra o acordo apresentado pelo presidente de centro-direita Juan Manuel Santos afirmam que ele era muito leniente com os rebeldes das Farc ao permitir que eles se reintegrassem à sociedade, formassem um partido político e não cumprissem pena da prisão. Também dizem que os estrangeiros celebram o acordo de paz sem entender as suas implicações.

América Latina atônita

Da Venezuela, governada pela esquerda, ao Peru, comandando pela centro-direita, países latinoamericanos lamentaram o resultado do plebiscito de domingo.

Países da região se envolveram bastante na elaboração do plano para terminar com os 52 anos de conflito: Cuba recebeu negociações de paz que duraram quatro anos, enquanto Chile, Cuba e Venezuela atuaram como avalistas e observadores.

"Muito infelizmente, ontem uma minoria se expressou, devido a ataques dos meios de comunicação, guerra psicológica e guerra de propaganda", disse a ministra do Exterior da Venezuela, Delcy Rodríguez, chamando a votação de "inacreditável".

O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, alertou que "será muito difícil renegociar" o acordo de paz.

Outros na região, incluindo os governos de centro-direita de Argentina e do Brasil, afirmaram que apoiariam a retomada do plano de paz, como os dois lados em guerra disseram que iriam.

"Consideramos que não se deve desistir da causa da paz no país. Nesse sentido, encorajamos o governo, as Farc e todas as forças políticas da Colômbia a prosseguirem na busca de uma solução pacífica para esse conflito de meio século que tanto sofrimento causou ao povo colombiano", disse o Ministério das Relações Exteriores brasileiro em comunicado, se dizendo disposto a ajudar.

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