
No próximo dia 6 de junho, será realizado mais um júri popular do caso Albino Santos de Lima, conhecido como o serial killer de Alagoas. Desta vez, o réu será julgado pelo assassinato da mulher trans Louise Gbyson Vieira de Melo, ocorrido no dia 11 de dezembro de 2023, na parte alta de Maceió. O julgamento contará com a atuação do promotor de Justiça Antônio Vilas Boas, da 47ª Promotoria de Justiça da Capital.
Louise, que tinha 26 anos, foi morta a tiros quando voltava da escola para casa, no Conjunto Village Campestre, no bairro Cidade Universitária. Ela chegou a pedir ajuda a uma amiga ao perceber que estava sendo seguida por um carro. Minutos depois, foi surpreendida e executada a tiros à porta de casa. Os disparos atingiram a cabeça da vítima, que não teve chance de se defender.
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O Ministério Público de Alagoas (MPAL) denunciou Albino por feminicídio qualificado por motivo torpe, com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. A denúncia tem como base o artigo 5º da Lei Maria da Penha, que reconhece a violência doméstica e familiar como qualquer ação baseada no gênero, independentemente do sexo biológico.
De acordo com o promotor Antônio Vilas Boas, o acusado selecionava mulheres como alvos por nutrir ódio ao sexo feminino. Ele costumava monitorar suas vítimas por meses, vasculhando redes sociais e armazenando fotos em pastas organizadas. Louise foi uma dessas vítimas. Em arquivos do computador de Albino, foram encontradas listas com o nome "odiadas do Instagram" e datas marcadas para os crimes, além de pastas nomeadas como “investigar”.
A pistola calibre .380 usada no assassinato pertencia ao pai do réu, um policial militar da reserva. A arma foi a mesma utilizada em outros homicídios atribuídos a Albino, conforme confirmado por exames balísticos da Polícia Científica.
Condenação anterior e histórico de crimes
Albino Santos de Lima está preso desde setembro de 2024 e é suspeito de envolvimento em 18 homicídios, dos quais já confessou oito. No último júri, realizado em 11 de abril deste ano, ele foi condenado a 37 anos, 1 mês e 15 dias de reclusão pelo assassinato de Emerson Wagner da Silva e pela tentativa de homicídio de outro jovem.
Durante o julgamento, o réu chegou a cumprimentar a mãe da vítima com um "A paz do Senhor" e declarou conhecer "a Bíblia de Gênesis a Apocalipse". Em sua versão, alegou legítima defesa, afirmando ter sido ameaçado com uma faca. Mesmo assim, ele relatou que atirou várias vezes “para garantir que Emerson morreria.”