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Presidente do CPB destaca campanha histórica do Brasil nas Paralimpíadas de Paris 2024

Mizael Conrado destacou o planejamento do último ciclo e comentou próximas ações


				
					Presidente do CPB destaca campanha histórica do Brasil nas Paralimpíadas de Paris 2024
Mizael Conrado comenta participação do Brasil nas Paralimpíadas de Paris 2024. Divulgação CPB

Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e ex-jogador de futebol de cegos, celebrou o desempenho da delegação brasileira nas Paralimpíadas de Paris 2024, em entrevista coletiva realizada neste domingo (8). O Brasil conquistou uma campanha histórica, com 89 medalhas, superando o recorde anterior de 72 medalhas, estabelecido em Tóquio 2020. Além disso, o Brasil subiu mais vezes ao lugar mais alto do pódio, conquistando 25 medalhas de ouro.

Mizael atribuiu o sucesso à mudança no planejamento do CPB, que agora se foca na descoberta e formação de talentos em todas as regiões do Brasil, especialmente por meio do Festival Paralímpico (evento que oferece a crianças com deficiência a experiência de vivenciar modalidades paralímpicas e propiciar a inclusão social através do esporte) e à ampliação das escolinhas de treinamento. "O resultado foi excepcional e passa muito pela mudança do planejamento, que agora vai até os atletas, começando nas escolinhas e culminando em pódios", destacou Mizael.

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O presidente também mencionou a necessidade de maior investimento, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, para os próximos ciclos paralímpicos. "A região Norte é a que tem maior capacidade para ser desenvolvida. Lá é onde temos o maior número de pessoas com deficiência e o menor número de oportunidades. Já temos pelo menos um centro de referência em cada estado, mas isso é muito pouco. Vamos precisar investir muito. A região Nordeste já tem muita tradição no esporte paralímpico, mas ainda tem muito a se desenvolver", afirmou Mizael.

Sobre a participação feminina nos Jogos, Mizael destacou que o aumento faz parte do planejamento estratégico. Ele ressaltou que as brasileiras conquistaram 13 das 25 medalhas de ouro do Brasil e que a delegação contou com 40% de mulheres, a maior taxa da história. Mizael afirmou que, com a continuidade desse planejamento e a ampliação das oportunidades para as mulheres, o protagonismo feminino nos Jogos Paralímpicos tende a crescer ainda mais.

"Essa seleção já contou com 40% de mulheres, o maior percentual de todos os tempos. Acreditamos que é fundamental criar mais oportunidades para a participação feminina. Se olharmos para a China, por exemplo, mais de 60% das medalhas foram conquistadas por mulheres. Seguindo essa lógica, acredito que as mulheres continuarão a ser protagonistas e, muito provavelmente, irão superar os resultados nos próximos anos", destacou Mizael.

Apesar do sucesso, o presidente ressaltou a necessidade de aprimorar a estrutura do esporte paralímpico, citando o ciclismo, onde o Brasil não obteve medalhas. "As construções no Rio de Janeiro foram muito importantes, mas não suficientes. Precisamos de um espírito semelhante para a construção, reforma e manutenção dos nossos equipamentos. O que vemos agora é uma degradação dessas estruturas. Como vamos formar um atleta em um estado onde não há uma pista para ele treinar ou competir? É essencial que ampliemos essa infraestrutura, porque a situação atual não é sustentável", afirmou Mizael.

O presidente também comentou a ausência das seleções brasileiras de basquete e rugby em cadeira de rodas nos Jogos de Paris, afirmando que já esperava um ciclo de renovação no basquete e que o CPB pretende se aproximar da confederação de rugby para apoiar o planejamento futuro. "O futuro do esporte paralímpico é ainda mais promissor", concluiu Mizael, reforçando seu compromisso com o desenvolvimento do esporte no país.

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