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HOME > esportes > ALAGOANO

Pai de Yohansson supera deficiência do filho e o torna multicampeão no esporte

Claudio Ferreira revela como, da forma mais simples possível, transformou seu filho diferente em um atleta diferenciado

O ano era de 1987. O guarda municipal Cláudio Ferreira estava prestes a ser pai, mas não imaginava a surpresa que o destino lhe reservava. Devido a uma rubéola contraída pela esposa, Francisca Nascimento, ainda na gravidez, seu primogênito viria ao mundo sem as mãos, fato só descoberto após o nascimento do filho, já que o casal decidiu não fazer a ultrassonografia durante a gestação. Em um primeiro momento, tristeza e muitos questionamentos, mas o amor logo tratou de acalentar um pai de primeira viagem. Nascia Yohansson Nascimento Ferreira, futuro medalhista e recordista paralímpico do atletismo brasileiro.

Como bom fã de Formula 1, Cláudio acompanhava pela TV as corridas da época. Naquele ano, o sueco Stefan Johansson estampava as manchetes ao trocar a Ferrari pela McLaren e seria a inspiração para o batismo de um menino que também teria em seu destino a missão de acelerar nas pistas, mas em outra modalidade.

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Os desafios na criação de Yohansson eram imensos. Os principais questionamentos eram de como cuidar, ensinar, conviver e tratar um filho que nasceu sem as duas mãos. A resposta não poderia ser mais simples.

"No começo me assustei um pouco, era meu primeiro filho, mas não fiz nada demais, a não ser tratá-lo como uma pessoa normal. Ele não teve nenhum privilégio, nenhum tratamento diferente, ou coisa do tipo. Sempre brincou com crianças sem deficiência, foi para a escola como todos os outros, aprendeu a ler e escrever normalmente, sempre fez tudo que qualquer criança faz. Tratamos de mostrar que ele era diferente como todos são. Apenas ensinei tudo que um pai precisa ensinar", conta.

A deficiência de Yohansson não impediu que a família crescesse ainda mais. Depois dele vieram o Yoslan, apenas 11 meses mais novo que o irmão mais velho, e a caçula Yris, cinco anos mais jovem. Os irmãos também ajudaram o pequeno Yo, como é carinhosamente chamado, a levar uma vida normal.

Apesar da tranquilidade e da normalidade na criação dentro de casa, Yohansson não escapou do preconceito na rua e, claro, existiram situações constrangedoras durante seu crescimento.

"Algumas pessoas vinham com perguntas chatas, querendo saber como ele ia comer, como ia escrever, isso até me aborrecia, mas sempre respondíamos que ele faria tudo como qualquer pessoa faz, só que da forma dele. E ele se desenvolveu normalmente, inclusive nas tarefas dentro de casa, sempre ajudou e fez tudo que os irmãos fizeram", explica.

Imagem ilustrativa da imagem Pai de Yohansson supera deficiência do filho e o torna multicampeão no esporte
| Foto: FOTO: arquivo pessoal

ATLETA DESDE A INFÂNCIA

Na infância, sempre incentivado pelo pai, o futuro atleta já demonstrava aptidão pelo esporte, jogava futebol com os amigos, andava de bicicleta, brincava de chimbra, soltava peão e corria, corria muito.

"Desde criança ele sempre foi muito ativo. Brincava muito com os amiguinhos. Gostava muito de jogar bola, ele até tentou jogar futebol mais sério, era lateral-direito, pois só sabia correr (risos), mas não deu certo, a modalidade dele mesmo era outra", brinca.

Seu Cláudio percebeu, então, que o destino havia reservado para Yohansson um dom especial, o da velocidade, e foi por um acaso mesmo que ele terminou sendo descoberto.

"Ele estava vindo do dentista quando encontrou no ônibus a Valquiria Câmpelo (primeira treinadora de Yohansson). Ela disse que já tinha visto ele correndo na escola e o convidou para treinar. Eles trocaram telefone, mas ele nem deu tanta importância. Ainda assim foi treinar e não parou mais. Hoje está ai ganhando o mundo", conta o pai orgulhoso.

Daí por diante foram muitas conquistas, mais de 150 medalhas, dentre as mais especiais cinco em Jogos Paralímpicos e dez em mundiais. A mais emocionante para seu Cláudio foi nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, quando o atleta surpreendeu o mundo e mostrou um cartaz em que pedia sua então namorada, Thalita, em casamento.

"Foi realmente a mais emocionante. Ninguém sabia que ele faria aquilo, só ele. Foi especial, pegou todos de surpresa. Ele ganhou o ouro nos 200 metros e na comemoração apareceu com um cartaz, quando a gente conseguiu entender, todo mundo chorou, foi maravilhoso", detalha.

DE ALAGOAS PARA O MUNDO

Yohansson segue correndo e conquistando o mundo com o suporte de um pai campeão, que superou as dificuldades da forma mais simples possível e terminou criando um atleta vencedor. O segredo, para ele, é não olhar para as deficiências, mas sim as qualidades de seu filho.

"A mensagem que eu passo para os pais que tem filhos com deficiências semelhantes a do Yohansson é que não olhem para isso, tentem levar a vida da forma mais normal possível e aproveitem as qualidades de seus filhos. Foi assim que superamos tudo e nunca tivemos nenhum problema com as limitações dele. Tratem seus filhos com muito amor, respeito e os ensinem o caminho certo, que tudo vai dar certo", finaliza o pai campeão.

  • Nome mundial paralímpico, Yohansson foi bastante incentivado pelo pai
    Nome mundial paralímpico, Yohansson foi bastante incentivado pelo pai |
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