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HOME > notícias > CULTURA

Academia Alagoana de Letras dá posse a quatro novos membros

Instituição celebra período de efervescência e renova compromisso com a cultura de Alagoas; confira o perfil dos eleitos

Quase 101 anos atrás, os fundadores da Academia Alagoana de Letras se reuniam para oficializar os membros da instituição, que possui como premissa salvaguardar o conhecimento e a cultura de Alagoas. No último dia 23 de setembro, foi a vez dos membros contemporâneos repetirem o ritual para eleger quatro novos confrades: Juarez Miguel Silva Santos, José Geraldo Wanderley Marques, José Humberto Belmino Chavez e George Sarmento Lins Júnior. Já empossados, eles agora dão continuidade à missão da casa centenária.

A acirrada eleição dos novos 'imortais' foi realizada no Ginásio do Clube de Engenharia de Alagoas (CEA), no bairro Farol, em Maceió, e contou com 33 votantes, dos 36 membros aptos. O pleito, de acordo com o presidente Alberto Rostand Lanverly, transcorreu regularmente e levou em consideração a segurança dos envolvidos, com distanciamento entre os presentes e uso obrigatório de máscaras.

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Cada um dos inscritos na disputa pelas cadeiras teve a oportunidade de falar aos membros da AAL, expressando seus anseios e pensamentos sobre o significado de ocupar o posto. Seguindo o rito da eleição, todos os candidatos se ausentaram do ambiente em seguida, para que os membros deliberaram sobre os pretendentes e fizessem suas considerações antes de votar.

"A grande força da AAL é a totalidade dos associados. A jovialidade de ideias é o ponto crucial. Os quatro profissionais demonstram um carinho todo especial pela AAL e, ao contrário do que acontecia anos atrás, a disputa este ano foi acirrada, o que mostra que estamos renovando cada vez mais, inclusive no que se refere à relevância da casa para a sociedade contemporânea", defende o presidente da instituição.

JUAREZ MIGUEL SILVA SANTOS

Juarez Miguel Silva Santos, um dos quatro novos imortais, obteve 21 votos e agora ocupa a cadeira número 10, cujo patrono é Moreira e Silva, presidente fundador da Academia Alagoana de Letras. Juarez Miguel é advogado e foi justamente na escrita jurídica que deu início ao fascínio que diz possuir pela literatura e pela poesia. Aos 71 anos, possui extensa produção acadêmica e 1 livro lançado e considera a literatura e a advocacia as suas vocações. Ele é natural de Limoeiro de Anadia, interior de Alagoas.

O novo membro diz que candidatou-se sem a pretensão de ser eleito, mas que após a surpresa da eleição sentiu a importância da AAL para todos os alagoanos.

"Me sinto muito feliz e me proponho a contribuir com a nobre missão da AAL. Espero desfrutar da sinergia do saber dos meus confrades. Me sinto muito honrado", pontua o imortal, que em seguida diz que a Academia ocupa um lugar destacado na sociedade alagoana.

"A AAL vem, cada vez mais, se sobressaindo como entidade máxima no estímulo à cultura e até mesmo no incentivo à leitura. Estamos vivendo um momento histórico, em que temos o presidente Rostand à frente. Ele é talhado, tem muito entusiasmo e uma visão de realização. Tudo isso engrandece muito a Academia em si e nos dá ainda mais motivação para atuar na instituição", finaliza Juarez Miguel.

JOSÉ GERALDO WANDERLEY MARQUES

Ocupando a cadeira número 16, que tem Guimarães Passos como patrono, José Geraldo Wanderley Marques não possuía concorrentes na disputa, mas alcançou o feito de ser eleito por aclamação. Todos os votantes apoiaram a entrada do professor e poeta para a Academia Alagoana de Letras.

José Geraldo Wanderley Marques é natural de Santana do Ipanema, autor de 11 livros, entre livros técnicos, ensaios e de poesia, e conta que a literatura sempre fez parte de sua vida.

"Minha primeira poesia eu escrevi aos 7 anos. Dei para a minha mãe e ele me devolveu o poema perto do leito de morte, havia guardado aquela poesia. Então, escrever, para mim, tem mais o sofrer do que o prazer. É uma luta com as palavras. É. Poesia para mim é luta", define o novo imortal.

"Me sinto mortal. Metaforicamente somos imortais, mas sinto que sou um imortal mortal. Realmente é um sentimento de alegria muito grande ser eleito, ainda mais por unanimidade. Foi uma surpresa. Alegria é diferente de felicidade, citando Cecília Meireles, não estou alegre, nem estou triste, estou poeta. É assim que me sinto. Orgulhoso e com o dever de continuar humilde", diz, mas antes de encerrar também evidencia a atuação da presidência da AAL.

"A Academia pulsa e tem momentos parados e outros muito agitados. Agora, vivemos um momento áureo. Rostand está na presidência e ele mostra que ama fazer isso. Este momento irá pesar muito na história, pois estamos em uma luta para preservar nossa cultura e literatura", finaliza José Geraldo.

JOSÉ HUMBERTO BELMINO CHAVEZ

A cadeira 19, outrora ocupada por Lêdo Ivo e que possui o Cônego João Machado como patrono, agora é ocupada pelo médico José Humberto Belmino Chavez, que obteve 25 votos no pleito. Autor de 13 livros e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), ele diz que a literatura é uma necessidade em sua vida.

"Gosto de pensar que a literatura representa na minha vida, assim como a chuva importa para uma terra seca. Nomeadamente é uma relação necessária. Poetizando a questão: um refúgio, uma companhia e porque não dizer: um encontro", diz.

O professor defende que o maior desafio do século é tornar a leitura uma "variável de esperança" e diz que a atuação da Academia de Letras, hoje, é decisiva para plantar uma semente para uma "sociedade mais justa, por meio da educação".

"E? com imensa satisfação que ocupo um dos 40 assentos da Academia Alagoana de Letras, entidade literária máxima do Estado de Alagoas, fundada no início do século passado, cujo lema é 'rumo à imortalidade'. Agradeço consideravelmente aos membros dessa egrégia corte, que me entusiasmaram com a possibilidade de alcançar essa patente, fazendo-me, assim, percorrer minha carreira como docente e médico, e reviver a origem da energia e vitalidade de minha atuação desde os mais tímidos anos da minha formação", diz o novo imortal.

"Confesso que já estava no meu horizonte há tempo desfrutar desse momento. A ascensão ao último grau da carreira universitária não significou para mim a conclusão de um ciclo acadêmico e nem o encerramento das minhas aspirações. No entanto, a inserc?a?o nesta corte representa um momento de convergência de experiências e informações acumuladas durante a minha carreira profissional, e trabalhadas em prol da universidade literaria", revela o professor, que também fala sobre sua motivação para disputar uma das cadeiras na AAL.

"Nasce na necessidade de misturar medicina, bioética e literatura. Coisa comum na nossa prática de texto diário, com a anamnese dos pacientes, território fértil no campo de experiência humana e científica", conclui.

GEORGE SARMENTO LINS JÚNIOR

Aos 59 anos, George Sarmento Lins Júnior passa a ocupar a cadeira número 29 da Academia Alagoana de Letras, cujo patrono é Aristeu de Andrade. Promotor de justiça por 35 anos e professor da Universidade Federal de Alagoas, George Sarmento possui uma carreira destacada pela atuação na proteção dos Direitos Humanos. Ele é autor de diversos artigos e livros, além de atuar como conferencista, no Brasil e no exterior. Sarmento também é lembrado como diretor da Aliança Francesa de Maceió e é membro do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGAL). No pleito, foi eleito com 27 votos.

George Sarmento lembra que a literatura está em sua família há muitas gerações e destaca o avô, o poeta Mendonça Júnior, responsável pelas primeiras indicações de leitura do novo imortal.

"Ao longo do tempo, o interesse pela literatura se fortaleceu e tornou-se uma dimensão indissociável da minha existência. A literatura tem o poder de transformar a sociedade, de torná-la mais justa e solidária. Também nos ajuda a compreender os dramas, as tragédias humanas, as aspirações espirituais, os conflitos sociais. Tudo isso foi muito importante para minha trajetória de promotor de justiça e professor universitário, ofícios em que a capacidade de empatia é fundamental para a solução de complexos litígios", pontua Sarmento.

Para ele, a AAL possui como vocação salvaguardar a identidade do povo alagoano e difundir a literatura em seu sentido mais amplo. Ele destaca que é uma missão de todos preservar o pensamento dos escritores que se dedicaram a analisar Alagoas, em toda a sua complexidade social, econômica, política, histórica e artística.

"Sinto-me extremamente honrado pela confiança dos confrades, sobretudo a forma calorosa com que foi acolhido. Mas também tenho consciência do grande desafio de corresponder às expectativas depositadas em minha candidatura. Pretendo contribuir para o fortalecimento da instituição, engajar-me em seus projetos e compromissos com o povo alagoano. No ano do seu centenário, a AAL está coesa em torno de propósitos comuns e alimentada pelo entusiasmo dos acadêmicos que, sob o comando do presidente Rostand Lanverly, tem mantido uma vasta programação cultural", finaliza.

101 ANOS

Para Alberto Rostand Lanverly, presidente da instituição centenária, as paredes da Casa Jorge de Lima, atual sede da AAL, guardam a história de Alagoas através de personagens que construíram o estado no dia a dia. Ele evidencia que essa história continua sendo contada e construída pelos novos integrantes, em conexão com a sociedade.

"Todos os eleitos emprestam sua vitalidade à grandeza maior da Academia. Por mais grandiosas que sejam suas obras e feitos na sociedade, jamais serão maiores que a grandeza da AAL, pois ela é a casa mãe, ela guarda o saber coletivo", diz Lanverly.

"Isso é para dar boas vindas aos novos confrades e dizer que a grande vitoriosa foi a AAL. Sangue novo, pessoas que chegam com vontade de ajudar, justo agora, quando estamos prestes a completar 101 anos."

O ano que marcou o centenário da Academia Alagoana de Letras foi um dos mais desafiadores para a instituição, em decorrência da pandemia do novo coronavírus. Com os encontros suspensos, os imortais recorreram ao YouTube e às redes sociais para difundir conhecimento e, segundo o presidente da AAL, figurarem como uma lembrança constante do que representa o ser alagoano, "com todo o desafio e esperança".

Para celebrar os 101 anos, que será comemorado no dia 1 de novembro, a instituição realizará uma missa de ação de graças.

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