Imagem
Menu lateral
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
Imagem
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no facebook compartilhar no linkedin
copiar Copiado!
ver no google news

Ouça o artigo

Compartilhe

HOME > notícias > BRASIL

Cortejo de Naná Vasconcelos deixa a Assembleia rumo a Santo Amaro

Amigos, parentes e admiradores prestaram última homenagem ao músico

Após muitas horas de homenagens de parentes, amigos e fãs, o cortejo com corpo do percussionista Naná Vasconcelos, de 71 anos, deixou, na manhã desta quinta-feira (10), a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), no Centro do Recife, em direção ao Cemitério de Santo Amaro, também na capital pernambucana, onde aconteceu o enterro. O caixão foi levado em carro aberto pelo Corpo de Bombeiros.

O artista, que morreu na manhã de quarta-feira (9), foi velado no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco. Naná ficou 10 dias internado no Hospital da Unimed III e não resistiu a complicações de um câncer de pulmão.

Leia também

O plenário da Assembleia de Legislativa (Alepe) ficou lotado desde cedo, nesta quinta-feira (10), para as últimas homenagens ao percussionista. Antes de o cortejo seguir em direção ao Cemitério de Santo Amaro, diversas apresentações de artistas e nações de maracatu foram realizadas.

A musicista Íris Vieira, da Orquestra Sinfônica de Pernambuco, tocou a música 'Trenzinho Caipira', de Villa-Lobos, acompanhada pelo grupo de percussão Batucafro. Depois, o poeta cearense Israel Batista declamou o poema que fez em tributo ao percussionista, 'Louvor a Naná'.

A representante do Movimento Nacional do Quilombo Raça e Classe, também recitou um texto que fez em reverência ao músico. Durante o pronunciamento, ela destacou a importância de Naná para a população de origem africana. "Salve, salve, Naná, você mostrou que o negro pode ocupar todos os espaços. Vai deixar para nós a sua história, a sua música. Naná, sempre presente, hoje, amanhã e sempre", ressaltou.

Em seguida, o pai de santo Raminho de Oxóssi conduziu uma cerimônia com vários grupos religiosos de matriz africana. "Que Deus lhe dê o descanso eterno", desejou ao som de aplausos e batucadas. Ao fim do culto, um pequeno coral formado por cinco cantoras, clarins da Orquestra Sinfônica e percussionistas entoaram canções do artista e de ritmos afro-brasileiros.

Velado desde ontem

O velório de Naná Vasconcelos teve início às 14h30 da quarta-feira (9). Consternadas, a viúva do percussionista, Patrícia Vasconcelos, e filha do casal, Luz Morena, se emocionaram com a chegada do caixão e receberam o carinho de pessoas ligadas à família. "Ele partiu fazendo música no quarto do hospital nos últimos dias da vida dele. Ele vivia a música, respirava a música. Todo momento que falava sobre isso se sentia melhor. Espalhou muito amor e muita música pelo mundo todo. Essa é uma perda material, mas a música vai ficar. Ele deixa humildade como lição. Respeito ao próximo", disse a esposa Patrícia. 

A filha do casal, Luz Morena, 16, disse que leva do pai um exemplo de humildade e força. "Ele me dá muita força sempre. Ele me chamou na UTI e me disse que eu seguisse meu sonho, que é estudar design de moda fora do país. Tenho muito orgulho da obra e da pessoa que ele foi", disse a filha com serenidade.

A outra filha do percussionista, Jasmin Azul, 21 anos, mora em Nova Iorque. A cerimônia foi aberta ao público. A população teve acesso ao plenário da Casa de José Mariano até a manhã da quinta-feira (10), antes do cortejo partir rumo ao Cemitério de Santo Amaro, também na área central do Recife, onde acontecerá o enterro de Naná Vasconcelos.

Na coroa de flores que veio junto com o corpo de Naná, havia a inscrição "Amém e amem". Segundo o contra-regra de Naná, Edelvan Barreto, essa era a mensagem que ele queria deixar para o mundo. "Amém e amem ele compôs da primeira vez que se internou no ano passado. Essa música deve se propagar em toda a humanidade nesse mundo perturbado que vivemos hoje. Essa era lição que Naná queria deixar para todos nós".

Os famosos tambores de Naná não estiveram presentes durante seu velório. Seu fotógrafo e amigo João Rogério Filho disse que o prédio da Alepe, por ser um patrimônio histórico e tombado tinha restrições. "Aqui tem uma restrição com instrumento de percussão. A batida forte pode subir e danificar a estrutura do prédio".

Apesar disso, o Maracatu Nação Porto Rico levou as alfaias para a área externa do prédio e fez uma homenagem ao percussionista, relembrando Naná como símbolo da união dos maracatus de Pernambuco. 'Toque o tambor que Naná chegou. Todas as nações vêm saudar nesse carnaval', estava entre as letras entoadas pelo grupo, liderado por mestre Chacon Viana. 

"Naná deixava bem claro que não tem mestre, nem ninguém melhor, o mestre é só o do céu. Com seu papo pé no chão ele conseguia que as nações do estado se unificassem e se tornassem uma só. Ele tinha uma coisa que Deus que deu. Ele não precisava se sacrificar tanto, ele já tinha nome. Mas ele trabalhava o Carnaval inteiro, mesmo na quimioterapia ele frequentava as comunidades, trabalhava com as crianças", recordou Viana.

App Gazeta

Confira notícias no app, ouça a rádio, leia a edição digital e acesse outros recursos

Aplicativo na App Store

Tags

Relacionadas