
Milhares de brasileiros perdem seus imóveis em leilões todos os anos sem sequer terem conhecimento da situação até que seja tarde demais. No Brasil, a execução extrajudicial de contratos de financiamento permite que imóveis financiados sejam levados a leilão sem a necessidade de decisão judicial — e, muitas vezes, sem uma comunicação clara ao devedor.
É o que ocorre com frequência em contratos firmados com instituições financeiras, especialmente no sistema da alienação fiduciária, utilizado na grande maioria dos financiamentos imobiliários. Nele, o banco tem o direito de consolidar a propriedade do imóvel em seu nome e encaminhá-lo para leilão caso haja inadimplência por três meses ou mais. O processo é rápido e, por isso mesmo, silencioso.
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Mas o leilão não precisa ser o fim da linha.
O que poucas pessoas sabem é que existem meios legais eficazes para suspender, anular ou até mesmo reverter leilões já realizados, desde que o procedimento da instituição financeira tenha alguma irregularidade — e, acredite, elas são mais comuns do que parece.
Falta de notificação adequada, cobrança de encargos indevidos, ausência de tentativa real de negociação: qualquer um desses fatores pode gerar nulidade no procedimento.
Além disso, mesmo quando o imóvel já foi arrematado, ainda é possível discutir a posse na Justiça, garantindo tempo para buscar soluções financeiras ou renegociações viáveis.
Conhecimento jurídico faz a diferença entre perder ou preservar o patrimônio.
Nos bastidores desses processos, o que define o resultado muitas vezes não é a situação financeira do proprietário, mas a orientação técnica que ele recebe no momento certo. Por isso, é essencial buscar auxílio especializado assim que surgir qualquer indicativo de que o imóvel pode estar em risco.
Atuar preventivamente, com o suporte de profissionais experientes, pode significar não apenas preservar o imóvel, mas evitar o desgaste emocional e financeiro que uma perda patrimonial acarreta.
Segurança jurídica e acolhimento: a combinação essencial para quem enfrenta esse tipo de crise.
A atuação em casos de leilão exige não só profundo conhecimento técnico, mas também sensibilidade. Cada imóvel conta uma história — e cada cliente, uma realidade.
A experiência tem mostrado que, quando bem conduzido, o processo judicial pode ser uma oportunidade de recomeço, permitindo reorganizar a vida financeira sem abrir mão do que foi conquistado com tanto esforço.
Se você desconfia que seu imóvel está em risco, ou se deseja entender melhor os seus direitos, não espere a notificação oficial ou o aviso do leiloeiro. Informar-se a tempo e buscar o suporte correto é o primeiro passo para proteger o seu patrimônio.
Jéssica da Rocha Marques
Advogada - OAB/AL 16.398
Jéssica Marques é advogada especializada em Direito Imobiliário, com ampla experiência na recuperação de imóveis em leilão. Graduada em Direito pela Universidade Adventista, Campus de Engenheiro Coelho em São Paulo, possui experiência na Defensoria Pública de São Paulo e na Procuradoria do Município de Marechal Deodoro-AL, com especialização em Direito Imobiliário pela EBRADI. Também é graduada em Mediação e Conciliação de Conflitos pelo Centro de Mediadores, maior referência nacional na área. A Dra. Jéssica Marques está presente no instagram como @jessicadrrm.
*Os artigos assinados são de responsabilidade dos seus autores, não representando, necessariamente, a opinião da Organização Arnon de Mello.