
Encomendado com exclusividade pela Organização Arnon de Mello (OAM), o estudo “Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento em Alagoas” demonstra que a universalização do saneamento trará uma mudança geracional ao Estado. É esperado que essa universalização seja alcançada até 2040, prazo máximo para a implantação estabelecido no Marco Legal do Saneamento Básico.
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O material, realizado pelo Instituto Trata Brasil, foi apresentado durante o Gazeta Summit Água na manhã desta segunda-feira (24), no Centro de Convenções de Maceió.
Essa mudança geracional, conforme explica a presidente-executiva do Instituto, Luana Siewert Pretto, será promovida uma vez que a água tratada esteja disponível para todos os cidadãos alagoanos.
“Nosso objetivo é ver a criançada feliz, brincando na água que não está contaminada, tendo água para todo mundo. Esse é o objetivo de todos”, diz.
Pretto garante que esse é um desafio grande, mas necessário.
“Esses benefícios são enormes. Vamos mudar a vida das pessoas. Cada real investido, cada mudança na vida das pessoas, cada esforço que fizermos, vai realmente transformar a realidade dos alagoanos”, explica.

Estão entre os benefícios a diminuição das ausências de estudantes e trabalhadores por conta de diarreia, vômito, doenças respiratórias e também a diminuição de internações por infecções gastrointestinais na rede hospitalar do SUS.
Segundo ela, as ondas de calor e a seca também são motivos que devem ser levados em consideração no Estado, já que podem levar a eventos climáticos extremos nos próximos anos.
“Esses eventos trazem uma maior necessidade do abastecimento de água, precisando de estações de tratamento de água mais resilientes. Se não avançarmos nesse sentido, teremos mais poluição nos rios e dificuldade de tratamento, o que fará com que a pessoa sofra mais nesses eventos”, avalia.
De acordo com o pesquisador Fernando Garcia, o saneamento está interligado à saúde, qualidade de vida, mercado de trabalho, produtividade e educação.
“Uma camelô, se fica com diarreia, por exemplo, por falta de esgoto tratado, fica afastada uma semana de seu trabalho. Como ela é autônoma, fica uma semana sem receber, ou seja, sem 25% de sua renda. Isso impacta imediatamente o bem-estar da família, que depende desse recurso.”
Esse tipo de patologia, salienta, diminui a produtividade do trabalhador e torna a progressão do profissional menor, o que também será um impeditivo para o seu crescimento pessoal.
“As doenças causam ausência na escola. Crianças que não têm acesso à água tratada têm um desempenho escolar pior, o que dificultará para conseguir emprego e de manter esse emprego. A progressão na vida, sem o saneamento, é estancada já na infância. É isso que não queremos que aconteça”, complementa.
Essa universalização deve gerar pelo menos 13 mil novos postos de emprego, além de um ganho social de R$ 13 bilhões, que considera os gastos para a universalização e os benefícios diretos gerados por ela, como redução de custos com saúde, aumento da produtividade, valorização imobiliária e renda do turismo.
“As gerações que nascem e crescem com a universalização do saneamento têm qualidade de vida maior, sendo mais produtivas e alcançando todo o potencial que lhes é devido”, estabelece Garcia.
