arlos Vasconcelos – repórter
Brasileiros desafiam as ondas gigantes de Nazaré na elite do surfe mundial
Competição internacional da WSL começa nesta terça com participação de cerca de 40 atletas, entre eles, Lucas Chumbo, atual campeão. O alagoano Caio Soriano escolhe a melhor onda para sua equipe.
A meca do surfe em ondas gigantes reúne a partir desta terça-feira (18.02) na Vila da Nazaré, à 110 km de Lisboa a elite mundial dos profissionais do esporte em mar aberto o Tudor Big Wave Challenge, competição do calendário Internacional da WSL, terá a duração de 2 dias.
A Fórmula 1 do surf, como é chamada, tem na maioria dos patrocinadores as mesmas empresas das corridas de carro com custo de investimento acima dos 100000 EUR 600000 BRL, por equipe divididas em 3 grupos.
Cada uma participa em 2 baterias de 40 minutos, os prêmios são de melhor performance masculina, melhor performance feminina e melhor performance por equipe, cerca de 40 atletas de mais de 30 países, dos quais praticamente a metade de brasileiros que vão enfrentar as perigosas ondas em busca da Glória.
Lucas Chumbo, 29, atual campeão de Saquarema no Rio de Janeiro e Pedro Scooby, 36, também do Rio, são os favoritos, assim como português Nic Von Burg 34 e o francês Clemen Roseiro, 26.
Uma superestrutura de cobertura da imprensa mundial está presente com transmissão ao vivo na Vila da Nazaré, em seu entorno público.
O Brasil acompanhou a preparação de alguns atletas para o evento desde os primeiros raios de sol observava a sentença movimentação das equipes de surfistas, organizadas em não menos de primeiro pessoas em cada um com jet skis, pranchas de variados tamanhos uniformes coletes e diversos acessórios como rádios câmeras de filmagens e veículos de transporte,
A tropa vai ao mar em busca do Olimpo
O alagoano de destaque Caio Soriano 36 de Maceió e Rodrigo Coxa, esse recordista mundial das ondas gigantes 45 e Victor faria 43 ambos do Guarujá, São Paulo e Gabriel Sampaio 28, pernambucano que vive em Itacoatiara Niterói, compõem também a tropa de choque da armada brasileira, no desafio mundial que prevê ondas de até 20 m de altura durante o evento donos da equipe. Coxa e Faria lembram que o lugar é marcante para ele.
Coxa depois de se sagrar recordista mundial das Big Waves, em 2021, ficou muito feliz com o terceiro lugar obtido no ano passado. “Isso é muito bacana porque perdemos para os moleques da nova geração como o chumbo e o Clemente, o que nos instiga e nos estimula ainda mais. Temos treinado muito e na hora das manobras tudo é possível, mas sempre com a sintonia da equipe e de muita prudência”, ressalta a coxa.
Mas aos que ficam em Terra e são tão importantes, Soriano, por exemplo, que além de surfar funciona como peça chave na equipe 1000 tanques of the se faz o papel Spotter, o encarregado de escolher as ondas para seus atletas de topo como NiK Von Rupp, chefe do grupo que faz dupla com o Cleber Roseiro.
Nick é filho de um alemão com uma portuguesa e surfista profissional há 25 anos, ele destaca o papel de Soriano, a quem chama de referência no surf e ressalta que o brasileiro é a alma da equipe, já que depende dele o sucesso ao disputar com outros atletas as ondas da Nazaré.
“Os brasileiros são verdadeiros monstros no mundial, tanto em ondas pequenas quanto gigantes a atuação do Caio Soriano para nossa equipe é fundamental os profissionais brasileiros têm muita competência e representam muito bem o Brasil”, descreve coxa.
“O alto risco quem decide qual é a bomba, termo usado pelos surfistas, que será dominada no campeonato mundial sou eu quem escolhe as ondas para a equipe surfar escolha as melhores ondas para eles terem o melhor rendimento possível é muita responsabilidade”, disse Soriano.
O sincronismo entre quem escolhe a onda e a equipe faz a alegria das milhares de pessoas entre turistas e moradores, que se acotovelam nos barrancos do forte de São Miguel Arcanjo e das falésias da Praia do Norte, para assistir ao show de acrobacias.
“Pronto para qualquer circunstância é um trabalho de alto risco e muito perigoso mas é bom”, ressalta Soriano de acordo com o brasileiro confiança paciência e concentração, são as armas que os atletas possuem para enfrentar uma onda gigante é preciso esperar às vezes 3 a 4 horas, em cima da prancha para definição de qual onda pegar”, destaca.
O segredo de Soriano está em analisar a movimentação do mar durante horas. “Às vezes vejo 34 ondas em um set o meu trabalho decide qual é a onda que deve ser surfada, sempre conforme a prioridade dada pela organização do evento”, sublinha.
Imperceptível a participação dele é quase imperceptível para o público e para os concorrentes ele fica em um lugar distante, na encosta cheia de arbustos munido de um binóculo e o potente rádio com o qual se comunica com surfistas e com o pessoal do jet skis, que transporta os surfistas, para além das ondas e faz o resgate quando necessário.
Indagado sobre as chances da dupla coordenada por ele conquistar a Vitória, Soriano é otimista tenho a oportunidade de ser campeão com Nick Clegg, pois estão muito bem treinados acho isso muito possível acredita outros brasileiros, que também disputam a consagração e Nazaré são a dupla Michele Lisboa e o marido Ian Cosenza Gabriel Sampaio e o chileno Rafael Tapia.
Ninguém descuida da preparação física e psicológica para enfrentar as Montanhas do mar, como bem sugere o nome da equipe de Soriano.
O alagoano vai dormir invariavelmente às 19:30 da noite para despertar às 4:30 da madrugada, para iniciar os preparativos para a ocupação do território sagrado das águas do canhão da Nazaré, falha geológica marítima de 5 km, que permite a formação das maiores ondas do planeta .
A infraestrutura profissional por trás das equipes de surfistas é comparável à das competições de forma são conhecidos pelas rígidas regras de preparação de prevenção de acidentes e dotados de equipamentos de topo, com patrocinadores de alto nível alguns oriundos do automobilismo, como marca de motores, grifes de relógios, bebidas energéticas e instituições financeiras. A competição desta vez contou com o retorno do norte-americano Garrett McNamara, antigo recordista das ondas gigantes que bateu em 2011 recorde de maior onda surfada na praia do norte na Nazaré, o que acabou por fazer a fama Internacional do lugar. Depois de algum tempo fora das big waves, o surfista havaiano de 57 anos está de volta e terá novamente como companheiro britânico entre o Cotton, outra lenda das ondas gigantes.