Arthur Lira vence Baleia Rossi e é eleito presidente da Câmara Federal
Com apoio do presidente Jair Bolsonaro, alagoano foi eleito na noite desta segunda-feira (1º) com mais de 300 votos dos colegas parlamentares
Cleia Viana/Câmara dos Deputados

A eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, marcada pela disputa e troca de farpas, chegou ao final nesta segunda-feira (1º) com a eleição do deputado federal alagoano Arthur Lira (Progressistas), que obteve 302 votos. Favorito desde que se inscreveu no pleito, por conta do forte apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ele entra para a linha sucessória do país, depois de liderar o chamado "Centrão". O alagoano teve mais que o dobro dos votos de Baleia Rossi (MDB-SP), cuja candidatura, patrocinada pelo antecessor de Lira, Rodrigo Maia (DEM-RJ), recebeu 145 votos.
Com o discurso de união e defesa da governabilidade, durante toda a campanha, Lira evitou o embate direto com o principal opositor, o deputado Baleia Rossi (PSDB-SP). Entretanto, não foram poucas as vezes que acusou o atual presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), mentor de sua candidatura, de ser personalista e não dirigir a casa com transparência.
Lira defendeu que os deputados conheçam a pauta com antecedência para evitar surpresas na hora da votação. Para ele, mais importante que usar o cargo para pressionar o governo, vale a negociação para viabilizar a atividade parlamentar e, por consequência, garantir as ações para seus respectivos estados.
Com isso, ao logo da semana e até mesmo horas antes de sua eleição, foram muitos os deputados que inicialmente estavam no grupo oposicionista que acabara migrando para a sua candidatura. O próprio DEM, partido do presidente Maia, não chegou a um consenso em torno da candidatura de Rossi e ficou livre para escolher entre as nove candidaturas da casa, mas claro com tendência de apoio a Lira.
Um outro argumento muito importante que acabou contribuindo para a vitória foi o seu compromisso em garantir o debate e a articulação para o trâmite das reformas administrativas e tributária. Ambas, são de interesse do governo e do setor produtivo do país. Por isso, Bolsonaro depositou todo o apoio em sua candidatura, reconhecendo sua liderança e capacidade para lhe dar tranquilidade de governar.
Na prática, se o governo que vinha jogando "peso" na liberação de emendas para os parlamentares continuarem atendendo aos interesses da Casa e esta, por sua vez, além de manter a governabilidade aprovar as reformas, dificilmente um dos 63 pedidos de impeachment sairão da gaveta. O próprio Lira lembrou que todos os processos já tramitam na Casa há mais de um ano e próprio ex-presidente Rodrigo Maia não os colocou para ser analisados porque não tinham sentido e objeto real que fundamentasse sua discussão.
Receba notícias da GazetaWeb no seu WhatsApp e fique por dentro de tudo! Basta acessar a nossa comunidade:
https://4et.us/rvw00p