As ações de combate e enfrentamento à violência em Alagoas foram destacadas pelo secretário de Segurança Pública, delegado Flávio Saraiva. Em entrevista exclusiva ao âncora Wyderlan Araújo, no GazetaNews Tarde, ele destacou os investimentos em inteligência, tecnologia e pessoal.
Como exemplo citou a prisão, em Santa Cruz de La Sierra, de Leandro Pinheiro, assassino da jovem Mônica Cavalcante, em 2023, na cidade de São José da Tapera.
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“Esse era um dos crimes de repercussão que pessoalmente o Governador Paulo Dantas nos cobrava diariamente. E mantivemos o nosso foco no trabalho de inteligência. Foi isso que apontou uma movimentação financeira na Bolívia. A partir daí, contamos com o apoio da Agência Brasileira de Informação (Abin), que mediou o contato com a inteligência daquele país”, disse Saraiva.
A ação contou, ainda, com o envolvimento da Polícia Civil do Mato Grosso do Sul para a entrega do preso, atendendo a todas as exigências legais para evitar um conflito internacional.
Segundo Saraiva, o compromisso do Executivo Estadual se reflete no volume de investimentos feitos até agora. Ele avalia que é o maior volume, com R$ 356 milhões revertidos para a aquisição de equipamentos, construção de 18 Centros Integrados de Segurança Pública, concursos públicos e formação de pessoal e equipamentos específicos para o combate a incêndios.
“Nesse contexto, temos ainda a construção do Instituto de Criminalística em Arapiraca, a compra de um helicóptero turbinado na Alemanha, que custou R$ 41 milhões, 5 mil coletes na Índia, 5 mil pistolas na Áustria, 450 mil munições e armas não letais como teaser”, revelou Saraiva.
Cisps
Ainda este ano, de acordo com Saraiva, outros dois Cisps tipo III em União dos Palmares e na cidade de Santana do Ipanema. Esse modelo abriga, além de todas as forças policiais, serviços relacionados a crimes cometidos contra mulheres e vulneráveis.
O trabalho também está focado na troca de experiências e o aprimoramento do uso de tecnologia com outros estados. Uma ação que reflete isso é a experiência colocada em prática da Visita Solidária para presos no Regime Semiaberto, com o apoio de Policiais Penais e policiais. Esse modelo foi trazido da cidade de São Paulo.
Por meio dessa cooperação, o trabalho dará suporte às ações do Judiciário, que não tem pessoal para acompanhar o cumprimento das medidas judiciais. Os primeiros dados indicam que apenas 20% dos reeducandos cumprem as determinações. Os que são flagrados em descumprimento são presos e voltam para o regime fechado.
Outra experiência que deverá nortear as ações da segurança envolve os investimentos feitos para a criação do Programa Coruja. Conforme o piloto feito no bairro mais violento de Arapiraca, foi possível monitorar a área crítica com a presença de uma viatura e pessoal.
“O objetivo é se antever à ocorrência do crime. Com base nos dados das ocorrências, é possível identificar onde ocorre a maioria dos casos.
Segundo o secretário, a experiência mostra que mais de 50% dos crimes ocorrem em menos de 4% das áreas da cidade. "Já percebemos que aqui é em 2,4% das áreas com maior incidência. Isso é um trabalho que envolve inteligência, tecnologia e muito planejamento”, ressaltou.
Videomonitoramento
O próximo grande investimento será em videomonitoramento com câmeras de alta definição, que funcionarão de forma integrada e articulada. Desse modo, no caso do roubo de um veículo, será possível fazer o chamado “cercamento eletrônico”. Ou seja, o carro será rastreado sobre todo o percurso que fez desde o ponto do roubo.
"Isso só será possível porque elas são câmeras que trabalham integradas com inteligência artificial. E juntamente com isso vem a ação com o efetivo e o patrulhamento nas ruas", completou Saraiva.
É graças ao conjunto de ações já desenvolvidas até o momento que Alagoas conseguiu, no primeiro trimestre deste ano, uma redução de 54,2% nos crimes violentos como homicídios, feminicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte.
“Temos realizado o cumprimento de mandados de prisão todos os dias. Somente em fevereiro foram cumpridos 150 mandados que estavam represados com foco em organizações criminosas, crimes contra vulneráveis”, concluiu o secretário.
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