
A Polícia Civil de Alagoas (PCAL) cumpriu, nesta quinta-feira (5), um mandado de busca e apreensão em um imóvel localizado no povoado de Barra Nova, em Marechal Deodoro, Região Metropolitana de Maceió. O local era alugado por um hacker investigado por invasão de sistemas judiciais e adulteração de processos no Estado de Santa Catarina.
A operação foi coordenada pela Diretoria de Inteligência Policial (Dinpol) e pela Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE/DRACCO), sob o comando da delegada Bárbara Porto. A ação dá sequência às investigações que resultaram na prisão do suspeito no Rio Grande do Sul, onde ele foi localizado recentemente.
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Segundo as autoridades, o homem é investigado por crimes cibernéticos graves, incluindo a violação de credenciais de usuários com diferentes níveis de acesso em sistemas do Judiciário catarinense. Ele teria usado essas informações para falsificar documentos, alterar o andamento de processos e fraudar decisões judiciais.
Além disso, as apurações indicam que o hacker utilizava ferramentas avançadas de ocultação digital, dificultando a rastreabilidade de suas ações e prolongando o tempo de detecção das invasões.
O mandado cumprido em Alagoas teve como objetivo localizar dispositivos, documentos e possíveis provas complementares que possam esclarecer a extensão das ações criminosas. Os materiais apreendidos serão analisados por peritos.

INVESTIGAÇÕES
A investigação teve início há cerca de seis meses, quando a inteligência do Poder Judiciário, em conjunto com a Delegacia de Investigação Criminal de Balneário Camboriú/SC, iniciou diligências para apurar a autoria de invasão de dispositivos informáticos. Os criminosos hackeavam credenciais de magistrados de tribunais de alguns Estados do país para realizar baixas indevidas em veículos, por meio do sistema RENAJUD, referentes a restrições decorrentes de processos em trâmite na Justiça.
O Renajud (Restrição Judicial Eletrônica de Veículos Automotores) é um sistema eletrônico criado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com o Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) e o SERPRO. Ele permite que juízes e autoridades judiciais emitam ordens de restrição sobre veículos diretamente no sistema.
As investigações continuam visando apurar a participação de outras pessoas no crime em tela.
*Com assessoria