O chefe do Laboratório de Química e Toxicologia do Instituto de Criminalística de Alagoas, perito criminal Thalmanny Goulart, afirmou, nesta quinta-feira (28), que não é possível afirmar que as substâncias químicas que causaram a morte da jovem Fernanda Silva Valoz da Cruz Pinto, de 27 anos, estavam exatamente em um bombom.
O laudo feito pelo perito concluiu que a jovem foi vítima de envenenamento. À época da morte, em agosto passado, a família fez um Boletim de Ocorrência, contando que Fernanda tinha comido um bombom dado por uma mulher que se apresentou como cigana, no Centro de Maceió. A cigana também teria lido a mão dela e dito que ela tinha poucos dias de vida.
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O perito contou que o material analisado é uma massa biológica e que não é possível distinguir os produtos que foram ingeridos. Ele explicou que, ao entrar no organismo, as substâncias químicas vão para a corrente sanguínea e, até mesmo, para a urina.
Thalmanny Araújo contou que recebeu e analisou amostras de humor vítreo, sangue, conteúdo estomacal e urina coletadas durante o exame de necropsia. Para chegar ao resultado final, o perito analisou essas amostras com equipamento de cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas.
A família informou que Fernanda sofria de úlcera e gastrite, cujos sintomas podem ser semelhantes a casos de intoxicação alimentar. Por esses outros motivos alegados pelos parentes, como a suspeita de um possível envenenamento intencional, o óbito de Fernanda Veloz foi registrado como morte a esclarecer, sendo o corpo dela transferido do Serviço de Verificação de Óbito (SVO) para o IML da Capital.
Após o exame cadavérico e coleta dos materiais biológicos necessários, o IML de Maceió solicitou ao Instituto de Criminalística, os exames complementares laboratoriais para concluir a causa da morte. O laudo emitido pelo Laboratório de Química e Toxicologia foi encaminhado para o IML e disponibilizado também para o 1º Distrito Policial, responsável pela investigação do caso.