
A SpaceX, empresa de foguetes do bilionário Elon Musk, deve realizar o 9º voo da Starship, a nave espacial mais poderosa do mundo. O lançamento está previsto para esta terça-feira (27), às 20h30 (horário de Brasília), em Boca Chica, no estado americano do Texas.
O voo será, mais uma vez, sem tripulantes. Mas a SpaceX diz que ele deverá ter duas novidades:
Leia também
esta será a primeira vez que o propulsor Super Heavy será reutilizado. Segundo a empresa, o equipamento usado no sétimo lançamento da Starship passou por reparos e será utilizado neste voo. A ideia é que, no futuro, esse tipo de propulsor seja reutilizado várias vezes ao dia;
a nave Starship tentará lançar sua carga (oito simuladores de satélites da Starlink) no espaço com sucesso e retornar para a base de captura, dois objetivos não alcançados em dois testes anteriores.
A empresa diz que a reutilização do Super Heavy envolve alguns componentes novos, mas a maioria foi, de fato, usada em um voo anterior. O propulsor também será usado em experimentos que ajudem a gerar dados para aumentar sua confiabilidade em futuras missões.

Após a separação dos dois estágios (Starship e Super Heavy), o propulsor deverá fazer a manobra de retorno de forma mais controlada do que em testes anteriores e pousar no Golfo do México (ou Golfo da América, como adotado pela empresa após decreto do presidente dos EUA, Donald Trump).

Nas últimas duas missões da Starship, a SpaceX perdeu contato com a nave poucos minutos após o lançamento. Os dois exemplares explodiram e seus destroços prejudicaram a circulação de voos comerciais no Haiti (no 7º lançamento) e nas Bahamas (no 8º lançamento), ambos no Caribe.
O voo desta terça-feira será o primeiro após a criação oficial da Starbase, cidade na região da sede da SpaceX, onde acontecerá o lançamento.
Como foram os outros testes?
No primeiro lançamento, em abril de 2023, a Starship explodiu quando ainda estava acoplada ao Super Heavy. Uma falha nos motores fez a empresa ativar um sistema de destruição para explodir o foguete.
No segundo teste, em novembro de 2023, o Super Heavy explodiu, mas logo depois de se separar da nave. A Administração Federal de Avião dos EUA (FAA, na sigla em inglês) investigou o acidente e afirmou que a SpaceX identificou a necessidade de realizar 17 correções na nave.
O terceiro voo aconteceu em março de 2024 e durou 50 minutos. A Starship foi destruída, mas a empresa considerou esse teste um avanço porque nunca tinha ido tão longe neste tipo de teste.
O quarto teste foi em junho de 2024 e foi o primeiro bem-sucedido. A Starship conseguiu pousar no Oceano Índico, e o Super Heavy, no Golfo do México, como planejado.
Na quinta missão, em outubro de 2024, a empresa conseguiu o retorno inédito do Super Heavy com a captura no ar pelos "braços da plataforma" e o pouso da Starship no Oceano Índico. A cápsula explodiu, como já era esperado, segundo a companhia.
A manobra de retorno do foguete para a base de lançamento pode tornar voos espaciais mais baratos.
No sexto teste, em novembro de 2024, a SpaceX não conseguiu fazer com que o foguete Super Heavy (propulsor da Starship) retornasse para a plataforma de lançamento, como aconteceu no mês anterior.
O foguete acabou pousando no Golfo do México poucos minutos depois do lançamento, o que estava previsto caso não houvessem condições ou o comando específico do diretor da missão para repetir a manobra. A nave pousou no Oceano Índico cerca de uma 1h depois de decolar.
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, assistiu à missão do local do lançamento, a base da SpaceX em Boca Chica, no Texas, nos Estados Unidos, com Elon Musk.
Trump já tinha anunciado que o bilionário iria liderar o novo Departamento de Eficiência Governamental durante o seu mandato.
No sétimo voo, em janeiro de 2025, a empresa de Musk conseguiu repetir manobra em que o foguete Super Heavy é levado de volta à plataforma de lançamento.
Mas a SpaceX perdeu o contato com a nave, pouco antes do pouso, o que já tinha acontecido em outros testes.
Daquela vez, um vídeo registrou destroços da Starship riscando o céu no Haiti. Por segurança, voos comerciais que cruzavam a região do Caribe foram forçados a desviar de suas rotas.
A empresa disse que os destroços caíram em áreas designadas para tal.
No oitavo voo da Starship, no início de março, a SpaceX perdeu novamente o contato com a nave cerca de 10 minutos após o lançamento.
Vídeos registraram os destroços da nave no céu na região das Bahamas. Segundo o governo dos EUA, 240 voos no país foram prejudicados pela explosão.
Apesar disso, pela terceira vez, a empresa conseguiu "capturar" em pleno ar o foguete que transportou a nave, pouco antes de ele pousar, e colocá-lo de volta na plataforma de decolagem.
