
A Rússia lançou 315 drones de ataque e sete mísseis contra a Ucrânia durante a noite, informou a Força Aérea da Ucrânia nesta terça-feira (10). Segundo o presidente do país, Volodymyr Zelensky, os ataques deixaram mortos e ao menos 13 feridos.
"A principal direção do ataque — a capital da Ucrânia, a cidade de Kiev", afirmou a Força Aérea no aplicativo de mensagens Telegram.
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As unidades ucranianas destruíram ou neutralizaram 284 dos drones e todos os mísseis, acrescentou.
Zelensky, classificou a ofensiva como um dos maiores ataques aéreos da guerra que já dura três anos. "Hoje foi um dos maiores ataques contra Kiev", disse.

"Os ataques com mísseis e drones Shahed da Rússia abafam os esforços dos Estados Unidos e de outros ao redor do mundo para forçar a Rússia à paz", escreveu Zelensky na plataforma X.
Aeroportos fechados na Rússia

Mais cedo, os aeroportos que atendem a capital da Rússia, Moscou e a segunda maior cidade do país, São Petersburgo, foram fechados por causa de um ataque com drones ucranianos, segundo o governo russo.
De acordo com agências de notícias estatais, ao menos 102 drones ucranianos foram abatidos em um intervalo de duas horas. Não há registros de estragos ou feridos.
A agência de aviação civil da Rússia, Rosaviatsia, interrompeu temporariamente os voos nos quatro principais aeroportos que atendem Moscou, no Aeroporto Pulkovo de São Petersburgo, e também em aeroportos de outras nove cidades, como medida de segurança, informou no Telegram.
Os voos em Moscou e em algumas outras cidades foram retomados na manhã de terça-feira, mas as restrições ainda estavam em vigor em São Petersburgo às 01h30, no horário de Brasília.
Guerra nuclear
Nesta segunda-feira (9), um assessor do presidente da Rússia, Vladimir Putin, ameaçou uma "guerra nuclear" caso a Ucrânia e a Otan tentem reaver os territórios ucranianos ocupados pelas tropas russas.
Vladimir Medinski, que também lidera a delegação russa nas negociações diretas com a Ucrânia pelo fim do conflito, disse que seria "o fim do mundo" caso não haja a assinatura de uma "paz verdadeira" para encerrar a guerra na Ucrânia.
“Se o conflito for interrompido na linha de frente e não houver um acordo de paz real — apenas um cessar-fogo — então isso vai se transformar, sabe, como aquela região disputada entre Armênia e Azerbaijão, o Carabaque”, disse Medinski.
“Depois de algum tempo, a Ucrânia, junto com a Otan e seus aliados, entrará na aliança, tentará retomar o território, e isso será o fim do planeta — será uma guerra nuclear.”
Medinski não deixou claro o que quis dizer com "paz verdadeira". No entanto, a Rússia tem sido irredutível em suas condições para o fim do conflito: entre a série de requisições, quer para si os territórios ocupados por suas tropas, que representam cerca de 20% da Ucrânia.