Não há evidência de que o casal que matou 14 pesoas na Califórnia neste mês integrasse uma célula terrorista, disse o chefe da polícia federal norte-americana nesta quarta-feira (16), confirmando que investigadores acreditam que os dois tenham sido inspirados, mas não comandados, pelo grupo Estado Islâmico.
Syed Rizwan Farook, americano de origem paquistanesa de 28 anos, e Tashfeen Malik, paquistanesa de 29 anos, entraram em um centro comunitário de San Bernardino no dia 2 de dezembro, matando 14 pessoas e ferindo mais de 20. Eles foram mortos após uma perseguição policial.
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O chefe do FBI, James Comey, afirmou que os executores do ataque haviam manifestado o apoio ao "jihad e ao martírio" em comunicações privadas desde 2013, mas que eles nunca fizeram isso publicamente nas redes sociais.
O presidente americano, Barack Obama, vai se reunir na próxima sexta-feira em San Bernardino, com as famílias das vítimas do ataque.
A caminho de Honolulu, no Havaí, onde tira suas férias habituais de fim de ano, Obama "fará uma escala em San Bernardino para visitar as famílias", anunciou seu porta-voz, Josh Earnest.
Não estão previstos anúncios, ou declarações, do presidente à imprensa, afirmou o porta-voz.
A maior parte daqueles que perderam a vida durante a festa antecipada de Natal em 2 de dezembro, palco do atentado, era de funcionários do serviço público de Saúde do condado de San Bernardino.
A maioria trabalhava (uns mais e outros menos diretamente) com Syed Farook, que fez os disparos de fuzil, junto com sua mulher, Tashfeen Malik.
Terrorismo nas redes sociais
O grupo militante islâmico tem "revolucionado" o terrorismo ao procurar inspirar tais ataques de menor porte, disse Comey notando que o grupo usa redes sociais, comunicações criptografadas e propaganda engenhosa para recrutar seguidores ao redor do mundo.
"A Al Qaeda dos seus pais era um modelo muito diferente do que a ameaça que enfrentamos hoje", disse Comey durante uma conferência sobre contraterrorismo em Nova York.
Ele também declarou que autoridades acreditam que Mohammed Abdulazeez, o suspeito pela morte a tiros de quatro fuzileiros navais e um marinheiro em julho, em Chattanooga, no Tennessee, foi radicalizado por propaganda militante.
"Na minha cabeça, não há dúvidas de que o assassino de Chattanooga foi inspirado e motivado por propaganda de organização terrorista estrangeira", disse ele, sem especificar o grupo.