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Alagoana rompe fronteiras para ajudar refugiados na Europa e América do Sul

Por outro lado, venezuelana fala do refúgio em AL e dos problemas de seu país

Foi há cerca de nove mil quilômetros da terra natal que Ilda Lourenço, alagoana, estudante de Ciências Sociais, disse ter passado pela experiência mais enriquecedora da sua vida. A viagem da estudante ao continente europeu não foi para cumprir os famosos roteiros turísticos. Longe disto, Ilda foi ao encontro do tumulto, do pavor, dos conflitos, da pobreza, das perseguições, mas, acima de tudo, deparou-se com o sensível, com o humano.

A jovem, que atualmente tem 24 anos, esteve, em 2016, em Moira - em um dos centros de acolhimento para refugiados nas ilhas gregas - realizando trabalhos voluntários de assistência a imigrantes, que, por muitas razões, a maioria delas contra a vontade, tiveram que fugir do país de origem, da cultura e até dos familiares.

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A inquietação de Ilda quanto à crise dos refugiados se deu em setembro de 2015, quando a fotografia de uma situação corriqueira para a população refugiada viralizou na imprensa e nas redes sociais em todo o mundo.


				
					Alagoana rompe fronteiras para ajudar refugiados na Europa e América do Sul
FOTO: Nilüfer Demir/AP/DHA

A foto é a fatalidade registrada em uma praia da Turquia, quando o menino sírio Aylan Kurdi, de três anos, morreu afogado em Bodrum, no território turco. A família da criança tentava chegar à ilha grega de Kos, na tentativa de fugir da guerra civil da Síria. A experiência foi fracassada. Só da família do menino mais duas pessoas morreram no mesmo naufrágio - a mãe e o irmão de cinco anos dele.

O drama vivido pela população que tem o refúgio em outro país como a única alternativa para se manter vivo não só chocou Ilda, como também a encorajou a ajudá-los diretamente.

"O caso do Aylan foi o que me motivou para ajudar esse povo. Logo em seguida, eu me inscrevi na escola de missões da Jocum Recife, uma base missionária que trabalha apoiando refugiados. Passei cinco meses me dedicando a missão e, destes, três meses foram de aulas teóricas e dois de aulas práticas. Foi, então, quando me mandaram, por trinta dias, para a ilha de Lesbos, na Grécia. Lá, eu tive a oportunidade de trabalhar em um dos maiores campos para refugiados da ilha, que é o Campo Moira. Naquele ano [2016], mais de 20 mil refugiados tinham feito a travessia no Mar Egeu. O Moira tinha capacidade para 3.500 pessoas, mas havia mais de 6.000 pessoas morando no local, era uma situação subumana, absurda! Um verdadeiro caos", lembra Ilda.

A missionária, que na época já estava para se formar, matriculada último período da universidade, decidiu trancar a carreira acadêmica para se dedicar aos refugiados. Mas, não foi fácil para ela conseguir o feito. Ilda disse que não tinha o dinheiro necessário para comprar as passagens, hospedagem e se manter em país tão distante. Foi aí que outros voluntários participaram da ação - mesmo que de maneira indireta. Alagoanos e amigos da Ilda foram missionários nessa iniciativa, contribuíram com cerca de R$ 5 mil para que a alagoana desempenhasse o ato humanitário.


				
					Alagoana rompe fronteiras para ajudar refugiados na Europa e América do Sul
FOTO: Arquivo Pessoal/ Ilda Lourenço

Uma particularidade da Ilda é a sua ligação religiosa. Inclusive, foi por meio de um grupo cristão que a humanista conseguiu executar as ações sociais aos refugiados. Mas, ela explicou o cuidado que o grupo tem para não perpassar seus ideais religiosos, para não intervir em outras culturas.

"Em nenhum momento eu fui para evangelizar. Até porque quem controla o Campo é a ONU [Organização das Nações Unidas] e para manter a ordem do local somos orientados a respeitar a diversidade religiosa. Como tem muito muçulmano, ateu, budista entre os refugiados, nós não deveríamos pregar a palavra de Deus, mas a gente vivia o evangelho por meio de nossas ações e nossas atitudes já passavam o amor de Cristo para eles", detalhou Ilda.

NADA DE CHOQUE RELIGIOSO

A alagoana lembrou da ponderância cultural e comportamental que teve que desenvolver enquanto viveu com milhares de pessoas dos vários continentes. "Como tinha muito homem com vários costumes, em muitos casos machistas tive que ter todo o cuidado quanto ao toque, o olhar, já que eles não são acostumados".


				
					Alagoana rompe fronteiras para ajudar refugiados na Europa e América do Sul
FOTO: Arquivo Pessoal/ Ilda Lourenço

Ao longo da reportagem Ilda se envolveu com as lembranças da missão e, com a voz embargada, narrou algumas das mais trágicas cenas que presenciou.


				
					Alagoana rompe fronteiras para ajudar refugiados na Europa e América do Sul
FOTO: arquivo pessoal/Lorennys Beatr

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