O grito orquestrado das torcidas, o calor, a expectativa, o apito que marca o começo da partida. Desde o dia 25 de outubro de 1970, os fanáticos pelo futebol em Alagoas têm lugar certo para reviver essas emoções e compartilhar a paixão pelo futebol: o Estádio Rei Pelé. O grande palco do futebol alagoano completa, neste domingo (25), 50 anos de história.
Foram diversas gerações marcadas pela alegria e angústia inexplicáveis, que somente o futebol é capaz de proporcionar. Ali, no tapete verde do Trapichão, Alagoas assiste vibrando aos clássicos das multidões que fazem a capital alagoana parar e os corações multicoloridos baterem mais fortes. E foi a emoção que marcou o início da história gloriosa do estádio, inaugurado com uma partida empolgante: Santos X Seleção Alagoas.
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Na época, um quarto da população de Maceió compareceu ao Trapichão para assistir o jogo simbólico, que tinha como propósito inaugurar o estádio na presença do grande homenageado: o Rei Pelé.
Mesmo com o primeiro gol sendo marcado pelo santista Douglas, foi Pelé quem mostrou a sua majestade pela primeira vez para o povo alagoano. A peleja chegou ao fim com o marcador mostrando 5 a 0 para os visitantes e com o Rei anotando um tento histórico.
Assim, do início da década de 1970 até os dias contemporâneos, o estádio foi se agigantando. Não na capacidade - que diminuiu pela metade desde a abertura -mas nos corações, de geração em geração.
É esse o sentimento de Neurivaldo Messias, 57, que quando foi ao Trapichão pela primeira vez, assistiu o CRB, seu time do coração, em uma partida que consagrou o título alagoano de 1976, em cima do maior rival. Foi neste jogo também que o fanático regatiano foi apresentado ao maior ídolo da história do Galo, Joãozinho Paulista, que marcou duas vezes naquela oportunidade.
"Foi inexplicável! Principalmente por ver o meu time de coração jogar e ver o maior artilheiro do Galo, Joãozinho Paulista, marcar duas vezes e garantir o título da gente. Comemorei muito com meus amigos. Foi tudo de bom e ficou marcado na minha vida e no coração", falou o veterano torcedor alvirrubro.
Já Nathan Correia, 18, mesmo fazendo parte da nova geração de torcedores, já tem uma história com o Trapichão, tão emocionante quanto as dos mais antigos. Com a paixão pelo CSA passada pelo pai, seu primeiro momento no templo do futebol alagoano foi com a família, através de seu primo, Wendel, em 2015. A partida que consolidou o fanatismo de Nathan pelo futebol foi entre CSA e Santa Rita, com uma bela vitória do Azulão. "Foi um dos dias mais felizes da minha vida", garante Nathan.
Os últimos 5 anos foram movimentados na vida do jovem torcedor, ele conta que os momentos mais marcante que viveu no Estádio Rei Pelé ocorreram nos jogos que marcaram o acesso do CSA à Série D, em 2016, e, depois, à elite do futebol brasileiro.
"Fizemos uma festa incrível, como a torcida do CSA sempre fez. Esse foi o dia em que eu me apaixonei. Era gente de todas as idades se emocionando, era gente que você nunca viu na vida te abraçando, foi incrível, me arrepio só de lembrar da hora que o Clayton fez aquele gol e fechou o caixão, garantindo o nosso acesso e o tão sonhado ?calendário?. Olhava para um lado criança chorando, olhava para outro, meu primo não conseguia nem ficar de pé, senhores de idade falando que nunca tinham visto uma festa e uma energia como aquelas", relembra.
HOMENAGENS
Todo o mês de outubro foi marcado por homenagens ao cinquentenário do maior monumento do esporte em Alagoas. Neste domingo, as comemorações serão encerradas com a inauguração do Totem Rei Pelé, na área de estacionamento do Estádio, a partir das 13h, seguido da reabertura do Memorial Rainha Marta é do Hall da Fama, com direito a homenagens.
O último ato do dia 25 será o jogo amistoso comemorativo, entre o CSA vice-campeão da Conmebol em 1999, e o CRB da década de 1990.
Fora das quatro linhas, outra grande homenagem também reuniu personalidades para resgatar e celebrar a história do Estádio Rei Pelé. A Série "Estádio Rei Pelé - 50 anos", produzida pela TV Mar e pelo Portal Gazetaweb, veículos da Organização Arnon de Mello, desde o início do mês apresenta vídeos diários na programação da emissora e matérias exclusivas no portal de notícias, com depoimentos marcantes e histórias inusitadas sobre o estádio. Os protagonistas da série são pessoas que estavam lá quando a ideia de construir o estádio nasceu ou que fazem parte desses 50 anos de bola rolando.
"Nesta data estamos comemorando os 50 anos do Estádio Rei Pelé e, ao mesmo tempo, 80 anos de vida do eterno Rei Pelé. É uma comemoração dupla e mais do que justa que nós da OAM, assim como os nossos parceiros, fazemos nesta data. Meus agradecimentos a todos que contribuíram para a realização dessa série que, podem ter certeza, ficará para a história do Trapichão", pontua o diretor comercial Fernando James.
A série conta com a participação de nomes como Souza, Vinícius Maia Nobre (engenheiro da construção do Rei Pelé), Silva Cão, Geraldo Cassetete, Márcio Canuto, Roberto Mendes, Douglas Apratto, Castanha, Lau, Ricardo Quadros, Lauthenay Perdigão, Joãozinho Paulista, Arivaldo Maia, Walmari Vilela, Zagallo, Pelé, Marcelo Cabo, Cleiton Xavier e Aloísio Chulapa. Sob oferecimento de Alagoas Ambiental, Hospital Veredas, Condomínio Vista Lagoa, Uninassau, Hapvida e Naturalle, os episódios da série especial estão disponíveis no portal e no YouTube Gazetaweb.com.
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