
O cineasta alagoano Cacá Diegues se encantou pelo cinema à época em que morava em Maceió. Ele conta que tinha cerca de cinco anos quando entrou, pela primeira vez, em uma sala de exibição lotada, acompanhado por uma babá de confiança da família.
Mesmo sem ter certeza dos detalhes, Diegues se recorda do impacto ao se deparar com uma tela enorme, exibindo imagens em preto e branco que se movimentavam de forma impressionante.
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Segundo ele, o filme parecia ser de época, com personagens trajando figurinos pomposos, possivelmente algo como Ivan, o Terrível, de Sergei Eisenstein, caso estivesse disponível na capital alagoana nos anos 1940.
Uma cena inesquecível e a ligação definitiva com o cinema
A experiência foi tão marcante que o diretor descreve ter ficado paralisado diante da tela, fascinado pela luz e pelas sombras que transformavam a sala escura em um mundo à parte.
"Minha companhia adulta segurou meu braço e, para impedir que eu fizesse qualquer gesto inesperado, disse baixinho que, se eu colocasse a mão ali, ela ficaria presa para sempre", recorda Cacá Diegues. "Foi o que realmente aconteceu comigo, pelo resto da vida."
O relato revela como essa primeira experiência cinematográfica moldou a trajetória do cineasta, que viria a se tornar um dos grandes nomes do Cinema Novo brasileiro.