
Com o bombástico anúncio da ida de Lewis Hamilton para a Ferrari, Carlos Sainz acabou perdendo a vaga na equipe italiana para 2025 e foi contratado pela Williams. Assim como o heptacampeão, o espanhol não teve um bom início e ainda está tendo que se adaptar ao novo time – e ao ser perguntado sobre a fase complicada do veterano na escuderia de Maranello, Sainz disse entender os motivos.
Na coletiva de imprensa que antecede o GP de Miami deste fim de semana, o espanhol afirmou que também esperava um começo difícil para si mesmo e avaliou: não há mágica na Fórmula 1.
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- Não, eu não estou nada surpreso. Eu esperava isso para mim, e esperava isso para ele, porque não há segredos neste esporte - iniciou Sainz, que detalhou a resposta:
- Quando você está contra dois pilotos como Alex (Albon, da Williams) e Charles (Leclerc, da Ferrari), que conhecem totalmente a equipe e já estão desempenhando na capacidade máxima, você só pode ser um pouco melhor ou igual a eles. Você não pode chegar do nada e ser dois, três décimos mais rápido, não é possível. Eles já estão no limite do carro - avaliou.
Sainz ressaltou que os pilotos sabem das expectativas do público para que o desempenho seja bom desde o início, mas os competidores têm a noção de que é muito difícil conseguir isso:
- Quando você chega a uma nova equipe e sua expectativa e a de todos é de estar nesse nível, você sabe que vai levar tempo. Eles sabem muito mais do que você, então vai levar um pouco de tempo. Quanto mais cedo você fizer esse processo e quanto mais cedo você estiver nesse nível, melhor. Mas para alguns pilotos, isso pode levar mais ou menos tempo. Lewis teve um fim de semana incrível na China e agora parece estar com um pouco mais de problemas, mas vai levar tempo – afirmou.
Hamilton não teve o melhor dos inícios na Ferrari, apesar de toda a expectativa. Até aqui, a única vitória (e pódio) do britânico aconteceu na corrida sprint do GP da China. Tirando o desempenho em Xangai, o melhor resultado do piloto foi o quinto lugar no Bahrein.
Desde o início da trajetória na escuderia italiana, Hamilton pregou que precisaria de um tempo de adaptação ao novo time, ideia também defendida pelo chefe de equipe Frédéric Vasseur.
No entanto, o heptacampeão não escondeu a frustração após o sétimo lugar no GP da Arábia Saudita, realizado há duas semanas, e disse que esperava uma temporada "dolorosa". A tabela de classificação reflete o momento de Hamilton: o piloto ocupa só o sétimo lugar, com 31 pontos. O companheiro de equipe Charles Leclerc tem 47 e está em quinto, mas ainda muito longe do líder Oscar Piastri, com 99.
Sainz, por sua vez, somou apenas cinco pontos e está atrás do colega Alexander Albon, com 20. Passando por situação semelhante à de Hamilton, o espanhol explicou que os pilotos têm que aprender pelo menos "15 novas coisas" quando mudam de equipe, e a quantidade de configurações possíveis faz com que muito tempo seja necessário para dominar o carro.
Na visão do espanhol da Williams, os pilotos precisam de pelo menos meia temporada para ter o monoposto da forma como desejam:
- Eu sempre disse que, para conhecer um carro bem, você precisa pelo menos de meio ano a um ano para viver tudo com aquele carro. Isso não significa que você não pode ter boa performance naquele ano. Você pode ter 100% ou 99% de performance, e o 99% ainda pode ser muito bom. Mas o 100% com certeza, tem coisas que você precisa de meio ano, eu diria, para viver - concluiu.