Um beijo de Zico, palavras de apoio de Petkovic e gritos das arquibancadas do Maracanã. Foi assim a recepção que Adriano teve em seu retorno ao estádio e também aos gramados, no Jogo das Estrelas desta quarta-feira. O ex-atacante do Flamengo aproveitou os minutos jogando diante do público para tentar provar (talvez mais para si mesmo) que o desejo de voltar é palpável. É bem verdade que não será simples.
O jogo, claro, foi em ritmo de amistoso. Mas deu para os torcedores - a maioria rubro-negra - presentes no estádio matarem a saudade. Apesar de não estar no ritmo ideal, o Imperador marcou um gol e mandou duas bolas na trave - a segunda delas resultou em gol de Zico no rebote. Para delírio das arquibancadas.
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Na volta ao Maracanã, Adriano reencontrou também ex-companheiros que participaram com ele da conquista do título brasileiro do Flamengo em 2009. E uma opinião de quem o conhece melhor é compartilhada. Um retorno em alto nível depende, principalmente, dos esforços do atacante.
- Fico feliz por ele estar querendo voltar. Só depende dele. Se quiser treinar, jogar, para mim, não tem outro centroavante do nível dele. Essa é minha opinião, não é só porque gosto do Adriano. Ele está acima. Se ele quiser mesmo treinar, para o Flamengo seria excelente - disse Ronaldo Angelim, autor do gol que definiu o título de 2009.
Adriano foi sem dúvidas a figura mais aguardada desta edição do Jogo das Estrelas. Causou apreensão na torcida ao chegar atrasado, entrando em campo já com 22 minutos de bola rolando. Outro ex-parceiro que encontrou foi Léo Moura, hoje no Grêmio.
- Só depende dele. Qualidade ele tem. Torço muito para que ele volte. É um grande amigo - disse o lateral Léo Moura.
Protagonista ao lado dele na campanha do hexacampeonato brasileiro de 2009, Petkovic disse acreditar no centroavante, mas não mostrou certeza sobre o eventual retorno. Para ele, o atacante sequer deveria ter se afastado dos gramados.
- Meu desejo era de que ele não devia nem ter parado. Tenho pedido sempre para voltar, não tem realizado meu desejo. Muito amigo, muito querido e torço para ele. Dei apoio para ele muitas vezes. Sinceramente, se acontecer (o retorno), vai dar felicidade para todo mundo - disse Pet.
''Respeitado''
Os gritos de o ''Imperador voltou'' levaram Adriano em uma espécie de viagem ao ano de 2009 - seu melhor momento recente. Ao lembrar de uma época boa de sua carreira, falou em respeito.
- Pensar que saímos aqui com título em 2009... E pensar que estamos aqui jogando com grandes ídolos do futebol brasileiro. É emocionante. E ser respeitado por todos. É mais uma prova que o Adriano, como pessoa, foi sempre respeitado.
O que Zico pensa?
Maior ídolo da história do Flamengo e anfitrião do Jogo das Estrelas, Zico também falou sobre o momento de provação de Adriano. Questionado se o jogador teria vaga no Rubro-Negro em 2018, ele manteve o discurso dos ex-companheiros do atacante.
- Ele que vai decidir. Pela qualidade técnica, tem. Pelo artilheiro que é, tem. Tem que ver a parte física, se está em condições de superar isso. Quando você tem lesão de tendão de Aquiles, tem que ficar atento. (...) É um jogador que vai ser muito exigido. Tem que entender isso, não é um jogador qualquer. Se voltar a jogar, o pessoal quer que decida, faça gols e conquista títulos. Acostumou o torcedor com isso - disse Zico.
"Departamento médico precisa fazer bela avaliação"
Se ele se preparar bem, acho que o departamento médico do Flamengo tem que ser competente para fazer uma bela avaliação para saber se realmente ele está em condições de ter uma sequência de jogos, porque é um jogador que vai ser muito exigido. Ele tem que entender que não é um qualquer. Se ele voltar a jogar, o pessoal quer que ele vá lá, decida, faça gols e conquiste títulos, porque ele acostumou o torcedor a isso. Agora depende da saúde dele.
Conclusões diante da movimentação de Adriano
Tem possibilidade, porque se o cara está com algum problema, ele não faz movimentação de arranque e lateralidade. O que falta a ele é aquela parte técnica, parte de espaço e visão de jogo. Às veze você pensa a coisa certa, mas erra o passe porque não está em atividade.
Diferença de Adriano para outros profissionais
Com o tempo, ele precisa adquirir movimentação e arranque. Ritmo de atividade é o que Marinho, Bruno Silva e Juan fazem. Você vê a diferença quando eles vão para uma disputa de bola. Isso a gente nunca esquece. Posso ter 64 anos que eu sei o que vou fazer, às vezes as pernas não obedecem. Você tem desequilíbrio, uma série de coisas, mas um profissional não pode ter isso. Eu, hoje, posso.
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