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Bernardinho critica COB por manobra em assembleia: "Impregnados pelo poder"

Treinador diz que houve evolução em termos democráticos, mas ressalta que entidade errou ao desconsiderar voto sobre maior participação de atletas

O técnico Bernardinho foi outro nome de peso do esporte olímpico brasileiro a criticar a alteração de última hora na assembleia do Comitê Olímpico do Brasil, ocorrida na última quarta-feira, na sede da entidade no Rio. Para o multicampeão, o presidente do COB, Paulo Wanderley, não foi correto ao desconsiderar o voto do presidente da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) Eduardo Mufarej, o que foi decisivo para determinar a participação maior ou não dos atletas no colégio eleitoral do Comitê.

Com a anulação desse voto, o placar no encontro de quarta-feira foi de 15 a 14 em favor de uma participação mais restrita dos atletas. A polêmica se deu porque Mufarej anunciara sua posição a favor de uma participação mais ampla antes de se retirar para um compromisso. Como ele foi embora antes da assembleia, seu voto foi desconsiderado mesmo com o dirigente tendo registrado-no em uma ata.

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- O estatuto traz mudanças, um pouco mais de democratização, com o ingresso de candidatos diferentes que não se restringem a presidentes de confederações, mas o final da assembleia demonstrou que os nossos dirigentes seguem bem impregnados pelo poder ainda. A justificativa não foi correta dentro do protagonismo do esporte, como acho também que os treinadores deveriam ter uma participação dentro das decisões do esporte - disse o treinador da equipe feminina do Sesc-RJ.

Bernardinho também criticou o presidente da Confederação Brasileira de Voleibol, Walter Pitombo Larangeiras, que votou contra a participação maior dos atletas no colégio eleitoral do Comitê. O técnico lembrou que o vôlei é uma modalidade de vanguarda no esporte nacional.

- O voleibol votar contra mostrou que o nosso presidente tem uma cabeça de dirigente antigo - resumiu.

Fazendo uma análise mais ampla sobre o esporte nacional, Bernardinho pediu uma melhor revisão nos critérios de distribuição do Bolsa Atleta, lembrando que há muitos esportes menos nobres desassistidos pelo programa.

- Em relação ao Bolsa Atleta, me incomoda a falta do rigor no critério. A prerrogativa do programa é propiciar condição a quem não tem condição, como os chamados esportes menores. É inadmissível um atleta do voleibol ou basquetebol, como por exemplo um cara que joga NBA, receber Bolsa Atleta. É preciso distribuir melhor essa verba, tendo atenção e cuidado, assim como se deve fazer com todo o dinheiro público - finalizou.

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