Em entrevista exclusiva ao Timaço, programa na Gazeta News, na noite dessa quarta-feira (15), o presidente Mário Marroquim fez declarações sobre a derrota do CRB para o Guarani, na última rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, explicando os motivos do segundo semestre desastroso do Galo, dando ênfase no mau planejamento, e fazendo críticas também em cima de decisões do ex-treinador do clube Daniel Paulista.
O dirigente acompanhou toda a delegação na viagem a Campinas, onde ocorreu o último confronto contra o Guarani, e enxergou um CRB bem nos minutos iniciais, mas com dificuldades psicológicas.
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"Não foi o que a gente esperava ontem (segunda). Até acho que até os primeiros 30 minutos jogamos bem, tivemos algumas oportunidades e podíamos ter matado o jogo, não fosse a falta de pontaria ou capricho de alguns atletas nossos. Chegamos até a abrir o placar, depois de levar o gol de empate, de fato o time sentiu, acho que o time todo caiu, foi irreconhecível, foi um jogo para esquecer. Não é fácil não, nosso desafio hoje é ter um psicológico muito envolvido, que a gente tem que trabalhar, tem que cuidar porque não é só do futebol, é também do psicológico", disse.
Ao falar do mau planejamento e do elenco curto, Marroquim também explicou o declínio na sequência da temporada do CRB, já que após um ótimo primeiro semestre, em que a equipe foi campeã alagoana e finalista da Copa do Nordeste, os alvirrubros acumularam apenas 33 pontos em 31 jogos.
"Faltou revezar o elenco, faltou a gente realmente, talvez, ter um elenco maior. Falha nossa também. Tem que reconhecer a falha de Daniel Paulista na escolha. Ele não queria um grupo grande, ele queria um grupo enxuto, mas esse grupo enxuto a gente entende hoje que foi um pecado, porque enquanto ele teve gás, ele andou mais. Aí não é um ponto só, não estou arranjando desculpa, não tem desculpa nenhuma", criticou o presidente.
Após fazer críticas a Daniel Paulista, treinador que comandou o CRB por grande parte da temporada, o dirigente fez questão de reafirmar a responsabilidade da diretoria.
"A culpa é nossa, viu? Não estou botando a culpa no treinador não. A culpa é nossa porque nós somos os gestores. Eu sou o presidente, então eu não posso dar responsabilidade para ninguém não. A responsabilidade é nossa, como presidente e como gestor. Fica o aprendizado apenas"
Após ser perguntado se o CRB, e a diretoria, subestimaram a Série B, Marroquim ressaltou as prioridades da diretoria e sobre a postura para jogos como visitante, condição em que os regatianos ainda não venceram uma partida sequer no campeonato deste ano.
"Jamais a gente iria subestimar a Série B, jamais! Muito pelo contrário, eu quero até dizer a você que é objetivo número 1 do clube. Infelizmente, é a última competição, é a terceira competição do ano, mas jamais a gente subestimou. Quanto a jogar fora de casa diferente, eu presenciei a preleção do Hélio dos Anjos, é batendo muito em cima disso, que tem que jogar fora de casa como se estivesse em casa, como se a torcida, na hora de gritar Guarani, estivesse gritando CRB", falou Mário.
O presidente novamente voltou a falar sobre situações durante o período em que Daniel comandou a equipe, mencionando também o nome do jogador Iury Castilho, ex-CSA, como um dos atletas recusados pelo treinador.
"Colocamos na mesa, Iury Castilho, do Vitória, na mão do Daniel Paulista, agora na janela. Ele cravou e disse: 'não quero, não quero esse jogador'. Foi para o Mirassol. Algumas peças que nós trouxemos, apresentamos e foram negadas. E aí, quando você tem um treinador e você não dá respaldo a ele, você dá a ele uma muleta. É a mesma coisa do Hélio dos Anjos, me pediu para levar uma delegação maior, fazer isso e aquilo, o que é que eu tenho que fazer? Eu tenho que dar, eu tenho que dar porque se eu não der e não entregar o que ele precisa, amanhã ele tem uma muleta de dizer que 'não consegui porque...'", comentou.
Mário Marroquim também ressaltou a qualidade e a competitividade do elenco, mas declarando o arrependimento que tem de, na época, não ter sido contrário às decisões de Daniel Paulista.
"Tem onze maravilhosos? Não, nem pode, não tem condição de ter, mas a gente tinha um elenco competitivo, super competitivo, mas o elenco declinou. O Daniel Paulista negou vários nomes que colocamos na mesa, e me dói isso. Hoje eu entendo, e digo a você, se pudesse voltar atrás, eu diria: 'vamos trazer a contragosto do treinador mesmo'. Mas não aconteceu e a gente está amargando esse preço de escolhas. Mas atender, às vezes, o desejo, o pedido de um treinador, faz parte do processo. E você contrata ele para isso, você contrata ele justamente para dar resultados, em função das condições de trabalho que você dá", declarou o presidente do CRB.