A globalização, fenômeno que promove a integração da economia, da política e da cultura entre diversas nações, proporciona também uma interação de modalidades esportivas. O futebol americano, principal esporte dos Estados Unidos, há cerca de dez anos, tem rompido fronteiras e ganhado popularidade em outros países.
Conhecida por saber fazer grandes espetáculos, a NFL, maior liga de futebol americano masculino nos EUA, tem percebido que o esporte vem ganhando fãs pelo mundo e, por conta disso, passou a mandar algumas partidas do campeonato no México e na Inglaterra. Há cerca de três anos, a franquia também vem estudando trazer jogos para o Brasil.
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O Super Bowl, final da NFL, é o segundo evento anual mais assistido no mundo, perdendo apenas para a final da Liga dos Campeões. Mas, apesar da grande popularidade que vem ganhando com o tempo, o esporte está longe de ser o mais assistido no Brasil.
A resistência dos amantes do 'futebol com os pés' em aceitar o 'futebol com as mãos' é grande, mas é ainda maior na modalidade feminina. No Brasil, apesar de já terem torneios criados pelas próprias equipes, as mulheres só puderam participar pela primeira vez de uma competição nacional organizada pela Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA) em 2018.
Em Alagoas, o cenário é ainda mais difícil. Sem competição da modalidade para disputar e precisando arcar com as despesas por conta própria, as equipes acabam sendo desfeitas antes mesmo de completarem um ano.
Pensando em mudar essa realidade, as amigas Ludimila Brito e Manu Leopoldino tiveram a ideia de montar um time alagoano: o Maceió Tigers A. F. As duas fizeram parte da primeira equipe de futebol americano feminino no Estado, o Maceió Harpias, e decidiram tocar para frente um novo projeto. Apaixonadas pelo esporte, elas não conseguiram esquecer dos bons momentos que viveram em campo.
"Um dia nós estávamos conversando sobre coisas aleatórias, daí bateu a saudade de voltar a jogar. Dois dias depois nos falamos novamente e perguntei se ela queria formar um novo time. Além disso, uma amiga minha joga no Aracaju Alfa e ela sempre me incentivava a formar uma equipe. Só tive coragem agora", disse Ludimila à Gazeta de Alagoas.
Apesar de novo, o projeto já conta com muitas adeptas. Mas algumas delas não conhecem as regras e Ludimila revelou que a formação está sendo o primeiro trabalho.
"Fiz a página do time nas redes sociais para ver se viriam mais pessoas. Também peço para as meninas divulgarem o projeto e contei com a divulgação do Maceió Marechais [time da capital alagoana]. Desde então, muita gente nos procura. A maioria das meninas não entende nada sobre o futebol americano e estamos aproveitando o momento para passar as regras".
Impossibilitadas de realizar treinos físicos, por conta da quarentena devido ao novo coronavírus, Ludimila disse que, inicialmente, os encontros estão acontecendo pela tela do computador.
"Por causa da Covid-19, não podemos treinar. Então, para as meninas que se interessaram, explicamos que as aulas são online e sobre as regras do esporte. As aulas são ao vivo, aos domingos, às 16h30. Queremos manter os mesmos dia e horário nos treinos presenciais".
Segundo Ludmila, o time tem, até o momento, 27 mulheres que querem praticar a modalidade. Ainda de acordo com ela, assim que puderem realizar atividades presenciais, a expectativa é os treinos acontecerem na praia e, em seguida, em campo.
E se você está interessada em participar da equipe, basta entrar em contato com pelo Instagram do clube, o @maceiotigersaf, e ajudar a dar início a esse projeto que já tem grandes planos.
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