
A prisão de MC Poze do Rodo na manhã de quinta-feira (29/5) desencadeou uma onda de manifestações dentro e fora das redes sociais. Uma das mais impactantes partiu de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, o rapper Oruam, filho de Marcinho VP, apontado como um dos líderes históricos do Comando Vermelho.
Em resposta direta à detenção do amigo, Oruam lançou na madrugada desta sexta (30/5) um clipe “contra o sistema”, que já se aproxima de meio milhão de visualizações no YouTube em menos de 24 horas.
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A produção tem apelo visual e simbólico explícito. O clipe abre com os artistas de costas, todos vestidos com camiseta do Neymar, cordões de ouro, cabelo tingido de vermelho e o gesto do “V” — símbolo associado ao Comando Vermelho — feito com as mãos.
Motociata e fogo na rua
Horas antes do lançamento da música, Oruam organizou uma motociata em apoio ao cantor preso. Centenas de motociclistas tomaram uma avenida do Rio de Janeiro, bloqueando vias, soltando fogos e acendendo barricadas. O rapper classificou o ato como “o maior rolê de moto da história do Rio pela liberdade do MC”.
“É pra mostrar que o povo tem voz”, escreveu ele nas redes sociais. A mãe do rapper, Márcia Gama, chegou a aconselhá-lo por mensagem a “não dar brecha”, alertando que ele também estaria na mira da polícia.
Reação da cena do funk e rap
A prisão de MC Poze também mobilizou outros nomes do cenário. O rapper Major RD gravou vídeos em que chamou os policiais de “safados” e classificou a ação como desproporcional:
“Seguraram ele pelo pescoço como se fosse o maior traficante do Rio. Porque canta no baile? Isso é apologia?”, questionou.
MC Daniel Falcão foi além e fez alusão às investigações de corrupção no INSS reveladas pelo Metrópoles.
“Parece que foi ele que roubou o INSS. Se tivessem metade da disposição pra prender quem realmente faz coisa errada, o Brasil seria um país de primeiro mundo".