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De portas fechadas, Pinacoteca Universitária celebra 40 anos

Do subsolo às grandes exposições: museu da Ufal faz parte da história e da formação de público para as artes visuais em Alagoas

Nesta semana, a Pinacoteca da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) comemora 40 anos - no mesmo ano em que a Ufal comemora os seus 60 anos de existência. São quatro décadas de serviço à arte alagoana, de amostras e exposições que marcaram o público maceioense.

Por lá, a arte é celebrada em forma, estética, literatura, pintura e escultura, porém, o espaço encontra-se fechado há dois anos, quando foi iniciada uma obra de reestruturação e permanecem fechadas devido à pandemia da Covid-19, impossibilitando a abertura dos salões de exposições. O espaço interno passou a ser destinado aos trabalhos administrativos e museológicos.

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Fundada em 24 de setembro de 1981, na gestão de João Azevedo, reitor à época, a ideia era que o espaço fosse uma galeria simples, mas já recebeu grandes nomes da arte alagoana, cresceu e se modificou, tornando-se o que conhecemos hoje. O local funcionou no subsolo do Museu Théo Brandão até 1988, quando foi transferido para o Espaço Cultural Universitário. O antigo gabinete da reitoria, no primeiro andar da Escola Técnica da Artes (ETA), passou a ser, definitivamente, a Pinacoteca, onde diversas exposições ocorreram, principalmente no final dos anos 1990.

Lula Nogueira é um dos expositores mais expressivos do local e mantém o recorde de público da Pinacoteca. Em 40 anos, ele foi o único que conseguiu mobilizar cerca de 2,5 mil pessoas.

Ao conversarmos com Lula, a felicidade preenche suas falas quando lembra de sua exposição na Pinacoteca. Ele diz que se sente extremamente feliz ao ser reconhecido como recordista de público e, além disso, a exposição feita na virada do século “coroou 30 anos de pintura”, afirma, antes de lembrar que o evento consolidou sua carreira.

Lula Nogueira diz que exposição na Pinacoteca foi um ponto de virada na carreira de artista
Lula Nogueira diz que exposição na Pinacoteca foi um ponto de virada na carreira de artista | Foto: Cortesia

Além de Lula, outros artistas gigantes já passaram pelos salões da casa da arte em Maceió, alguns deles foram: Augusta Martins, Bárbara Lessa, Beto Normande, Celso Brandão, Dalton Costa, Delson Uchôa, Eva Le Campion, Fernando Honaiser, Glauber Xavier, Kalinka Bueno, Maria Amélia Vieira, Marcos Aurélio, Martha Araújo, Reinaldo Lessa, Rogério Liberal, Rosa Mª Piatti, Rosivaldo Reis, Suel e Vera Gamma.

Exposições de destaque

Ao longo das suas quatro décadas, a Pinacoteca da Ufal sediou grandes exposições e foi casa para obras de renomados artistas. Em 1988 aconteceu a exposição Quatro Vozes, que marcou a reabertura do Espaço Cultural. Na ocasião, foram expostas obras dos artistas David Largman, Jadir Freire, Mário Azevedo e Rogério Gomes, então gestor da Pinacoteca.

Em 1999, a exposição Olhar Alagoas: Arte Contemporânea marcou a reabertura definitiva da Pinacoteca Universitária no primeiro andar do Espaço Cultural da Ufal, inaugurando as novas instalações, com amplo espaço expositivo destinado às mostras temporárias. Naquele ano, 15 obras foram doadas ao acervo.

Essa mesma exposição foi levada 20 anos mais tarde para o Sesc em Arapiraca e teve 2,5 mil visitações, sendo uma das maiores audiências em exposições coletivas na história da Pinacoteca. “Levamos as maiores e mais pesadas obras do acervo, as chamadas ‘gigantes da Pina’ e envolvemos 10 alunos de diversos cursos do Campus Arapiraca, que atuaram como mediadores durante toda a exposição. Recebeu grupos de estudantes de, ao menos, 13 municípios do Agreste, da Zona da Mata, da região metropolitana, capital e do Baixo São Francisco, que tiveram contato com obras do acervo”, acrescentou a diretora da Pinacoteca, Iris Danielle.

Nos anos 2000 também abrigou grandes exposições. O universo de três mulheres e seu reflexo na arte contemporânea, em 2001, com obras da design de moda Vera Arruda e das artistas plásticas Jeanine Toledo e Daniela Aguilar; além de Barro Oco, no mesmo ano, com obras de Eva Le Campiom. Em 2009 o destaque foi para a exposição Maceiópolis, Maceioca, Maceiótima, do artista Lula Nogueira, com mais de 1,8 mil visitantes. E a exposição Jardim em Suspenso, de Karla Mellanias, em 2017, com quase 1,2 mil visitantes. “Esses números mostram que o povo alagoano gosta e consome cultura. Basta que ela esteja acessível. Por isso a importância da Pinacoteca como um ambiente que ofereça espaço para que nossos artistas e nosso povo se encontrem”, acrescentou a diretora do museu de artes visuais da Ufal.

Outro marco importante na história da Pinacoteca é que desde 2006 as exposições passaram a ser selecionadas por um Conselho Curador. Após mudanças no Estatuto e Regimento da Ufal esse conselho passou a ser designado Comissão de Pauta e é formado por artistas, professores e servidores da Pinacoteca. “Antes disso, os artistas eram convidados a expor ou mesmo solicitavam espaço para suas obras e não havia critérios estabelecidos, nem editais públicos”, explicou.

1999. Reabertura Pinacoteca, o diretor Rogério Gomes dá as boas-vindas ao público
1999. Reabertura Pinacoteca, o diretor Rogério Gomes dá as boas-vindas ao público | Foto: Arquivo Pina

Hoje em dia, diferente da antiga casa da Pina, a arquitetura não é o principal apelo do local, mas essa característica minimalista, que proporciona ao público, pelo menos, cinco exposições diferentes em um mesmo ano. Isso também é importante para expandir a imaginação dos públicos em relação aos museus. Com o tempo, o público passou a compreender a Pinacoteca não apenas como um espaço de exposição de arte, mas como um local que faz parte da história do estado de Alagoas.

Em dezembro de 2015, a primeira exposição de longa duração do acervo foi aberta ao público, foram expostas 60 obras de 34 artistas, com a curadoria de Alejandra Muñoz (Docente da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia), na gestão de Geísa Brayner. O público que passou por lá teve a possibilidade de ver pinturas, fotografias, objetos, litogravuras, serigrafias, croquis, trajes, esculturas e videoartes.

Durante três anos, o acervo recheado da Pina ficou aberto para visitação de diferentes tribos, diferentes públicos, transformando a percepção de quem passou por lá e refrescando as memórias de quem já visitou e foi tocado pela arte exposta no coração da arte alagoana.

A Pinacoteca participou da Bienal do Livro de Alagoas, realizada em 2019, com um projeto de releitura do “Beco dos artistas” onde foi apresentado ao público, um mesão onde ilustradores e quadrinistas desenharam e expuseram suas obras, permitindo a aproximação deles com o público. A participação da Pina na Bienal foi o último grande projeto da Pinacoteca universitária até o momento.

Espaço tem importância singular na vida das galerias e museus de Maceió
Espaço tem importância singular na vida das galerias e museus de Maceió | Foto: Divulgação

Ainda em 2019, em parceria com o Sesc Alagoas, a Pinacoteca apresentou ao público do Agreste alagoano o projeto “20 anos da Exposição Olhar Alagoas: Arte Contemporânea na Pinacoteca da Ufal”.

Num projeto inédito, o museu levou seu acervo para outra cidade. A iniciativa permitiu a difusão do acervo e a aproximação do público com obras que representam o patrimônio artístico e cultural de Alagoas, a parceria também criou ações que fomentam arte, educação e cultura, além de contribuir para uma reflexão crítica sobre as artes visuais e suas relações com a sociedade.

A Pinacoteca, em sua trajetória, reúne memória e a história das artes visuais em Alagoas. A Pinacoteca de Alagoas é, além de um marco na arte alagoana, uma instituição necessária para a discussão artística e fomento do pensamento crítico do povo alagoano.

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