‘O Carnaval de Edécio Lopes’ é tradicionalmente a abertura das prévias carnavalescas de Maceió. Pelo segundo ano consecutivo, no entanto, o evento, que ocorreria neste domingo, 16 de janeiro, foi adiado em decorrência da pandemia de covid-19, que se arrasta desde 2020. Para os amantes da folia, não colocar o bloco na rua é sinônimo de tristeza, mas resta a esperança de que a vacinação e a consciência da população tragam o carnaval de volta.
“Acho que faz parte da nossa natureza, dos brasileiros e dos alagoanos, festejar. Somos um povo alegre e que gosta da folia. Então, esses anos todos sem poder brincar o carnaval significam muita tristeza, significam um desperdício de tempo, já que a gente trabalha para aproveitar a vida, para ser feliz”, diz o professor Thiago Sampaio, que tinha esperança de retornar aos bloquinhos do Jaraguá Folia.
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Estava tudo certo. Neste domingo, a Banda Vulcão da PM, o grupo Sambalelê, passistas de frevo e o bonecão que homenageia o radialista Edécio Lopes sairiam em desfile pela orla da Ponta Verde, das 10h às 15h. No lugar dessa folia, o marasmo. No lugar desse calor, o distanciamento.
O cancelamento do evento ocorreu após as medidas adotadas pelas prefeituras de diversas cidades alagoanas, incluindo a capital, que resolveram cancelar o carnaval em 2022, em mais uma tentativa de conter a proliferação do novo coronavírus, a nova cepa, e outras síndromes gripais, como a H3N2.
"Entendemos que as medidas sanitárias para evitar aglomeração são muito bem-vindas neste momento, desde que sejam aplicadas para todos, pois o músico de carnaval não pode ser o 'Chico' que vai apanhar sozinho, enquanto os Franciscos já vieram, fizeram seus shows e foram embora. Pau que dá em Chico tem que dar em Francisco também", afirma o presidente da Liga Carnavalesca de Maceió, Dinho Lopes.
Sem contar com essa nova onda, a Liga Carnavalesca havia confeccionado cerca de mil máscaras personalizadas, que seriam distribuídas gratuitamente aos foliões.
“O nosso evento é essencialmente de rua, lá na Avenida Silvio Viana. A solução encontrada foi tentar adiar a homenagem, mantendo-a na rua, para que o calor dos foliões retrate de forma mais fiel o amor e a gratidão que os amantes do frevo, foliões e fãs de Edécio Lopes nutrem por ele”, explica Dinho.
“NÃO DESISTIMOS AINDA”
O presidente da Liga Carnavalesca diz que aguarda diálogo e mais clareza das autoridades em relação ao que poderá ser realizado.
"Não sabemos, até agora, faltando um mês para as prévias, qual modelo poderia ser realizado. Aberto? Fechado? Privado em área pública? Público em área privada? Enfim, toda essa indefinição gera um grande desconforto para nós, que temos um compromisso com os nossos foliões, com os nossos músicos, maestros, seguranças , pessoal de apoio e com toda a cadeia produtiva do carnaval para a qual geramos emprego e renda temporários", afirma Dinho Lopes.
“Não desistimos ainda. Quando for possível, com segurança, vamos realizar o Carnaval de Edécio Lopes. Estamos muito unidos e estamos à disposição do município, do Estado, queremos construir em conjunto soluções", continua o promotor de eventos.
SOLUÇÕES
Ele defende que o ideal seria trocar as prévias por uma micareta no final de abril, considerando, claro, as condições sanitárias na época.
“Para conseguirmos realizar esse desejo, necessitamos do sucesso das medidas sanitárias, principalmente o avanço ainda maior da imunização da nossa população e do apoio irrestrito do município de Maceió e do estado de Alagoas em todas essas questões”, diz o presidente da Liga.
Para que o início do ano não seja de silêncio em vez de frevo, voltar às transmissões pela internet foi a solução encontrada pela produção do Carnaval de Edécio Lopes. Até o dia de carnaval, o site ‘radioedeciolopes.com’ estará ativo com uma programação com compositores alagoanos, marchinhas clássicas de carnaval, sambas enredo e 24 horas de frevo.
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