Imagem
Menu lateral
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
Imagem
Imagem
GZT 94.1
GZT 101.1
GZT 101.3
MIX 98.3
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no facebook compartilhar no linkedin
copiar Copiado!
ver no google news

Ouça o artigo

Compartilhe

HOME > notícias > BRASIL

Relator da ONU denuncia situação 'cruel' em prisões do Brasil

Juan E. Méndez escreveu relatório em que cita tortura e maus-tratos.

O relator especial da ONU Juan E. Méndez, especialista independente sobre Direitos Humanos, visitou locais de detenção no Brasil no ano passado e apresentará nesta terça-feira (7), em Genebra, um relatório no qual denuncia a prática de tortura e maus-tratos e descreve a situação que encontrou como "cruel, desumana e degradante, devido à grave superlotação".

Ele afirma no relatório que ouviu diversos relatos de prisioneiros que apontam para o uso frequente de tortura e maus-tratos no Brasil. As práticas são aplicadas no momento da detenção e em interrogatórios, pela polícia, e no tratamento nas prisões, pelos agentes penitenciários, que raramente são levados à Justiça.

Leia também

Imagem ilustrativa da imagem Relator da ONU denuncia situação 'cruel' em prisões do Brasil
| Foto: FOTO: Gustavo Garcia/G1

O relator visitou locais de detenção no Brasil - como delegacias, penitenciárias, centros de detenção juvenil e instituições de saúde mental - durante 12 dias em agosto de 2015. O texto com suas conclusões será apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Superlotação

Méndez cita que a superlotação nas prisões é agravada pelas más condições sanitárias e o ambiente de violência. E observa que a relação entre agentes penitenciários e prisioneiros em muitos estados chega a ser de 2 para 490, quando deveria ser de 1 para 5.

"O relator especial encoraja fortemente o governo a focar em diminuir a população carcerária, mais do que aumentar as instalações prisionais", diz o texto.

Imagem ilustrativa da imagem Relator da ONU denuncia situação 'cruel' em prisões do Brasil
| Foto: FOTO: Carlos Ivan / Agência O Globo

No documento, o especialista também observa que agentes penitenciários estão fortemente armados dentro das penitenciárias, o que aponta para "uma situação de tensão de alto nível". Ele notou a presença de fuzis, espingardas, gás lacrimogêneo e lançadores de granadas. Méndez nota "com preocupação" que o forte armamento pode alimentar um círculo vicioso de violência entre agentes e detentos.

Racismo institucionalizado

Uma das conclusões é que as mortes por policiais e agentes penitenciários não são casos isolados e que os mais afetados são minorias, como negros. Méndez afirma no relatório que os afrodescendentes correm risco maior de detenção, abuso policial e tortura, além de receberem penas maiores para os mesmos crimes do que detentos brancos e sofrer discriminação na prisão. Isso sugere, segundo Méndez, um alto grau de racismo institucionalizado.

O relatório também chama a atenção para o pouco treinamento de agentes penitenciários e afirma que eles são mal preparados para lidar com a complexidade e tensão do dia a dia. A combinação de pouco treinamento com condições inadequadas de trabalho só aumenta o padrão de violência, segundo diz no texto.

O relator ouviu casos de revistas violentas em celas, em que policiais destroem tudo e torturam prisioneiros "sob o pretexto de procurar por drogas e/ou armas".

Pedrinhas

Um dos locais visitados pelo relator foi o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís do Maranhão, que em 2014 teve uma série de rebeliões e crise de violência com fugas e mortes. Na visita, Méndez constatou que as autoridades locais separaram as facções que entravam em confronto, mas descreveu o que viu como "condições explosivas".

Segundo o relator, as unidades estão superlotadas, e a segurança é mal aplicada, ao manter os presos nas celas por 22 ou 23 horas por dia. Os serviços de saúde e comida são "extremamente inadequados", e as forças de segurança estão armadas pesadamente, "o que pode levar a uma nova rodada de tumultos mortais, que afetam igualmente prisioneiros, parentes e agentes", afirma no documento.

App Gazeta

Confira notícias no app, ouça a rádio, leia a edição digital e acesse outros recursos

Aplicativo na App Store

Tags

Relacionadas