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Entenda o aneurisma que deixou músico capixaba em coma por 10 anos

Alexandre Lima foi acometido por uma "catástrofe vascular", a chamada Dissecção de Aorta, do tipo A

Músico Alexandre Lima, 54 anos, morreu após ficar 10 anos em coma em Vitória, Espírito Santo
Músico Alexandre Lima, 54 anos, morreu após ficar 10 anos em coma em Vitória, Espírito Santo | Foto: Divulgação

O músico Alexandre Lima morreu na madrugada dessa quinta-feira (28), aos 54 anos, após ficar em coma por 10 anos. O artista, que era uma das vozes do grupo Manimal e construiu sua carreira na área de cultura do Espírito Santo, sofreu um aneurisma da aorta no dia 29 de novembro de 2013 e, desde então, era cuidado pela família em casa.

Segundo cirurgiões, Lima foi acometido por uma "catástrofe vascular", a chamada Dissecção de Aorta, do tipo A, uma situação extremamente grave que causa uma espécie de "rasgão" na maior artéria do corpo. A hipertensão arterial não controlada está relacionada a 75% dos casos de dissecção na aorta.

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Em termos práticos, a camada interna da maior artéria do coração do músico se rompeu e o sangue foi desviado do trajeto normal. Com a realização do procedimento, foram implantados dois tubos com válvulas feitos de material sintético, que vão redirecionar o fluxo sanguíneo para o "caminho" correto.

Aneurisma

Em entrevista para o g1, o cardiologista Diogo Barreto explicou o aneurisma é uma dilatação dos vasos sanguíneos, uma fragilidade na parede da artéria, a via onde circula o sangue do nosso organismo.

"A aorta é uma artéria que sai diretamente do coração e desce paralelamente à coluna vertebral, distribuindo o sangue oxigenado aos órgãos do corpo. Por sair diretamente do coração, suas paredes estão submetidas a pressões muito altas. O aneurisma de aorta é uma dilatação na parede da maior artéria de nosso corpo. As paredes das artérias, que são constituídas de várias camadas de tecido muscular, fragilizam-se e forma-se uma dilatação", detalhou Barreto.

O médico, que é coordenador do Serviço de Cardiologia do Hospital Evangélico de Vila Velha, explicou ainda que as cirurgias para o tratamento de aneurisma são consideradas de grande porte, ou seja, de alto risco e longa duração.

"O que aconteceu com ele [Alexandre] foi complicações no pós-operatório, que são inerentes a uma cirurgia de grande porte. O músico teve um diagnóstico de encefalopatia hipóxico, que é quando parte das células cerebrais do paciente são perdidas, ou seja, os neurônios morrem", explicou o cardiologista.

O médico cardiologista Eduardo Castro explicou que o fato de estar em coma e em estado vegetativo significa que o paciente não consegue responder a nenhum estímulo de maneira consciente.

"Porque parte do cérebro foi atingido (como quando ficou sem oxigenação na cirurgia). E essa parte é uma área que faz conexão que permite associar ideias. É irreversível, como no caso dele. Por exemplo, ele pode abrir o olho, mas não vai responder piscando se alguém fizer pergunta. Ele não identifica a sensação de dor. Então, pode se falar em estado vegetativo por isso", disse Castro.

Ou seja: uma pessoa pode estar em coma (com ou sem estado vegetativo). Em coma sem estado vegetativo, provavelmente parte do cérebro que responde a sensações, associa ideias e identifica estímulos não foi danificado. Nesse caso, é uma situação reversível. Em caso de coma com estado vegetativo, esse campo do cérebro foi atingido e não tem mais volta.

No caso do coma, a pessoa pode ter resposta. Mas se houver algum dano no cérebro que cause perda de estímulo, aí o caso pode ser tratado como estado vegetativo.

O médico cita como exemplo uma pessoa que está correndo. Se ela machuca a perna, mas ainda sente dor ou alguma sensação, mesmo se a pessoa estiver "apagada", poderíamos dizer que isso é coma. Mas se essa mesma pessoa tiver uma lesão, mas perder a perna, não vai ter resposta a nada, então, seria como um coma e estado vegetativo.

No caso parecido com o do músico capixaba, a falta de oxigênio pode ter sido um agravante. Mas em caso de cirurgia mais complicada, como a deve na época, até fazer massagem cardíaca é um risco, o que expõe ainda mais o paciente a ter sequelas. Nesse caso, ele acabou ficando em "estado vegetativo" por que a falta de oxigenação comprometeu a resposta do cérebro a estímulos.

Entenda o caso de saúde do músico

Alexandre passou mal durante uma reunião para definir a programação de fim de ano em Vitória. O então secretário de Cultura da Capital recebeu os primeiros socorros do próprio prefeito da época, Luciano Rezende, que é médico.

O artista sofreu um aneurisma da aorta e foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após passar por uma cirurgia. O músico entrou em coma após sofrer uma parada cardiorrespiratória durante uma cirurgia para a retirada de um aneurisma na aorta.

Alexandre não mexia os braços e as pernas e se alimentava através de sonda. A cada mês, cerca de 20 latas da alimentação especial eram usadas. Ele ficou 119 dias internado em 2013 e voltou ao hospital, por um mês, em dezembro de 2015, para tratar uma pneumonia. Até hoje, o músico precisava de cuidados especiais dentro de casa.

Na época, a família acusou o hospital e um médico plantonista que prestaram atendimento ao artista, em dezembro de 2013, por erro médico.

O ex-secretário chegou ao "estado vegetativo persistente" porque ficou sem receber oxigênio por tempo indeterminado, enquanto estava na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), segundo a família.

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