
A acareação entre o tenente-coronel Mauro Cid e o general da reserva Braga Netto na manhã desta terça-feira (24), no STF, foi marcada por momentos de constrangimento para o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).
A acareação foi conduzida pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do inquérito do golpe na Corte, e contou com as presenças do ministro do Supremo Luiz Fux, do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e dos advogados de outros réus.
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Segundo relatos feitos à coluna, Mauro Cid evitou olhar diretamente para Braga Netto durante a acareação. O tenente-coronel, de acordo com as fontes, priorizou seu olhar nos ministros do STF que o questionavam sobre as versões conflitantes com o general.
Em ao menos dois momentos da acareação, Braga Netto acusou Cid de estar mentindo perante os ministros do STF. O ex-ajudante de ordens foi chamado de mentiroso pelo general justamente ao manter versões sobre dois fatos negados por Braga Netto.
Uma delas foi a de que Cid teria ido embora mais cedo de uma reunião no apartamento de Braga Netto, em novembro de 2022, no qual teria sido discutido um suposto plano para matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
A outra versão mantida por Cid é negada por Braga Netto foi a de que o general teria entregue ao tenente-coronel R$ 150 mil em caixas de vinho. O dinheiro seria repassado a militares que executariam o plano de assassinato de Lula, Alckmin e Moraes após as eleições.
A acareação entre Mauro Cid e Braga Netto durou cerca de duas horas e ocorreu em uma sala dentro do prédio do STF. Os dois militares estavam sentados cada um de um lado de uma mesa. Ambos estavam de terno. Moraes proibiu o uso de celular pelos presentes.