Os donos de alguns dos carros que foram encontrados no lago de uma pedreira desativada em Salto de Pirapora (SP) afirmaram, durante depoimento, que foram vítimas de roubo, segundo a Polícia Civil.
De acordo com o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), cinco proprietários foram ouvidos até o momento. Conforme apurado pelo G1, há denúncias de que o local era usado para desovar veículos usados em golpes de seguradoras.
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Durante a perícia, foram encontrados rádios, volantes, câmbio e bancos de couro, o que não é comum em veículos roubados ou furtados, já que os criminosos tendem a retirar as peças. Segundo a polícia, isso reforça a hipótese de "golpe do seguro".
Se comprovado que os veículos fizeram parte desse tipo de golpe, os donos podem responder por pelo menos dois crimes: estelionato e falsa comunicação.
Trabalho da perícia
Segundo o perito Luis Gustavo, um laudo detalhado do exame metalográfico, nome dado ao procedimento com a finalidade de recuperar a numeração original, será emitido à investigação.
"A dificuldade foi o estado de conservação dos veículos. Todos com lama, amassados e dificuldade para abrir o capô. Tudo isso para acessar a base onde estavam os números de registro", explicou ao G1.
Os quatro carros que ainda não haviam sido vistoriados foram periciados no dia 2 de outubro. O trabalho deveria ter sido finalizado no dia 1º, mas os veículos precisaram ser desempilhados, o que dificultou o serviço.
Dos carros encontrados, ao menos oito estão em nomes de seguradoras e com queixa de roubo ou furto. Além disso, pelo menos dois veículos apresentaram sinais de adulteração.
Retirada
Os carros apareceram no local quando o nível da água da antiga pedreira baixou devido à estiagem e também ao trabalho de captação para abastecimento de três cidades. Entre eles, alguns tinham placas de Sorocaba (SP), Votorantim (SP), Itaporanga (SP), São Paulo e Santa Bárbara d'Oeste (SP).
O trabalho para remover os carros e a moto achados na pedreira foi realizado no dia 25 de setembro e contou com o apoio da Defesa Civil e de peritos da Polícia Científica.
Para a força-tarefa de retirada foram usados um barco e uma retroescavadeira, responsável por içar os veículos até a margem, que fica a 50 metros de altura. Segundo a delegada Fernanda Ueda, a polícia acredita que outros veículos ainda estejam na região.