
Praias lindíssimas, desertas onde só a natureza prevalece com um mar azul turquesa, vasto coqueiral e piscinas naturais intactas. Assim é um dos mais bonitos municípios de Alagoas, Porto de Pedras, pouco conhecido pelos próprios alagoanos, mas descoberto pelos turistas de todo o mundo. Em meio a esse paraíso um mistério está guardado em uma pequenina capela católica da cidade que possui em seu interior um dragão, isso mesmo um enorme dragão negro alado com uma boca enorme e dentes afiados cuspindo fogo, mas que não faz mal a ninguém. O Dragão é uma escultura em madeira cuja data ainda não é precisa, mas segundo os moradores está lá desde o inicio do povoamento da região.

Os moradores contam muitas histórias para explicar a presença da imagem do dragão na capela. Uma delas seria a existência de uma serpente gigante com asas no rio Manguaba e que na época do inicio do povoamento da região teria causado muitas mortes de quem navegava, entre Porto Calvo e Porto de Pedras. As mortes só teriam cessado com as orações dos fiéis à de Nossa Senhora da Piedade. Por isso atualmente a imagem da Santa fica de frente para o dragão impedindo que ele volte as água dos Manguaba e é única que nãodeixa a igreja na procissão para garantir que o dragão fique preso na igreja.
Existem comentários entre os moradores de que uma mesma imagem dessas existira na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Apresentação em Porto Calvo e seria um símbolo de força das duas cidades unidas pelo majestoso rio Manguaba, que tem um formato de serpente e chega no Oceano Atlântico.

Rica história e belezas naturais
Mas nossa viagem em Porto de Pedras não é só para falar do Dragão e sim das belezas do município, já que não é à toa que o município possui três das cem melhores pousadas do Brasil, destacando-se pelo conforto e gastronomia, mas principalmente pela beleza natural que proporciona aos seus hóspedes.

Porto de Pedras, entretanto, não é só praia. Sua história é rica em detalhes, já que foi um dos primeiros lugares a ser usado como base para o início da colonização, que começou de forma brutal com o genocídio dos índios que habitavam a região. A valorosa Nação dos Potiguares foi praticamente dizimada pelo mercenário alemão, Chritoffer Lintz e seu irmão Sibad Lintz, que perseguiram e mataram os guerreiros, levando como troféu suas mulheres e crianças para serem catequizadas pelos franciscanos.

Porto de Pedras está localizada na da barra do rio Manguaba, um estratégico acesso ao interior da região, onde esta localizada outra povoação: Porto Calvo. Lá os portugueses ergueram uma fortificação militar, que foi palco de várias batalhas entre portugueses e holandeses. Sendo a batalha de 14 de maio de 1633, uma das mais importantes, quando os holandeses tomaram o local depois de afundar toda esquadra portuguesa no mar de Porto de Pedras, onde até hoje está sepultada. Somente em 1636 Porto de Pedras foi retomada pelos lusos
Por alvará–régio datado de 5 de dezembro de 1815, Porto de Pedras foi elevada à categoria de vila, desmembrada de Porto Calvo. Posteriormente, em 1864, Porto de Pedras perdeu a sua autonomia ao ser anexada a Passo do Camaragibe. Readquiriu a sua emancipação em 1868, mas apenas pela Lei 903 em 1921, tornou-se município.

Rica em sua história Porto de Pedras ainda guarda muito de sua memória e passear por suas tranquilas ruas torna-se um lazer, que merece ser fotografado. Da época da colonização restou apenas o antigo prédio de Câmara e Cadeia, que resiste ao tempo de frente para o mar, sendo uma das edificações mais antigas do Litoral Norte, junto com as Igrejas de São Gonçalo e de Nossa Senhora da Apresentação em Porto Calvo.

O prédio serviu durante muito tempo como delegacia municipal e também de pequeno presídio. Atualmente espera uma ação do governo do estado para sua restauração, numa parceria com a nova administração do município.

Mas Porto de Pedras tem muito mais para apresentar aos seus visitantes. Uma atração que também será restaurada ainda esse ano é o Oitizeiros do Imperador. Segundo relatos históricos o imperador Dom Pedro II, teria repousado em uma rede e apreciado o mar, antes de seguir viagem para o Porto de Porto Calvo.

Subindo ainda um pouco mais chegamos ao topo do morro em Porto de Pedra, onde está localizado o farol de sinalização da Marinha. Farol foi instalado em 1940 durante a Segundo Guerra Mundial. No local também na época foram instaladas baterias antiaéreas e metralhadoras, que nunca foram utilizadas e depois retirada logo após o termino do conflito.
Hoje existe um projeto da atual gestão do prefeito Henrique Vilela em parceria com a Marinha do Brasil, para instalação de um mirante panorâmico e uma praça de lazer para convívio social. Um projeto que já começou a tornar-se realidade.
Porto de Pedras possui a única travessia de balsa pelo rio Manguaba até Japaratinga, municípios vizinho. É um passeio bonito que leva cerca de 10 minutos, onde os visitantes podem observar do rio toda cidade.

A orla fluvial também oferece locais de lazer e com um visual muito bonito do rio Manguaba.

Vamos continuar nosso passeio pelas ruas da cidade. Seguimos nosso roteiro pelas ruas em busca dos casarões que ainda resistem ao tempo na cidade. Um deles é o Casarão das Estrelas, onde ocorriam as reuniões de políticos da região e também hospedou Dom Pedro Segundo e três pilotos de um hidroavião norte-americano durante a Segunda Guerra Mundial.
Segundo as informações colhidas por moradores mais antigos, o avião fazia patrulhamento no Litoral quando teve uma pane sendo formado a aterrissar no rio Manguaba. Os tripulantes ficaram hospedados na Casa das estrelas durante uma semana atraindo a curiosidade de todos da cidade.

Mas continuamos nosso passeio por Porto de Pedras. Ao chegarmos ao distrito de Tatuamunha encontramos o maior número de casarões antigos da cidade. Muitos ainda resistem ao tempo, formando um conjunto bem conservado, além da igreja mais antiga da região que tem como padroeiro São Gonçalo. Em sua volta está um conjunto de casarões bem conservado.

