Imagem
Menu lateral
Imagem
Gazeta >
Imagem
GZT 94.1 | Maceió
Assistir
Ouvir
GZT 101.1 | Arapiraca
Ouvir
GZT 101.3 | Pão de Açúcar
Ouvir
MIX 98.3 | Maceió
Ouvir
Imagem
Menu lateral Busca interna do GazetaWeb
Imagem
GZT 94.1
Assistir
Ouvir
GZT 101.1
Ouvir
GZT 101.3
Ouvir
MIX 98.3
Ouvir
HOME > blogs > LETRAS DE ALAGOAS
Imagem ilustrativa da imagem O CINE IDEAL E A MAGIA DO VELHO OESTE EM MACEIÓ | Ehrlich Falcão

BLOG DO
Letras de Alagoas

O CINE IDEAL E A MAGIA DO VELHO OESTE EM MACEIÓ | Ehrlich Falcão

Quem viveu a Maceió dos anos 40 e 50 certamente se recorda com saudade das manhãs de domingo no Cine Ideal, localizado no charmoso Bairro da Levada, próximo ao histórico Mercado Público Municipal, hoje Mercado do Artesanato. A tela, um portal mágico para um mundo de aventuras e heroísmo, nos transportava para o Oeste Selvagem, onde éramos imersos no universo fascinante dos cowboys.

A cada sessão matinal, a meninada, acompanhada dos pais, se aglomerava, olhos brilhantes e corações palpitantes. Naquele tempo, os filmes de cowboy eram mais do que simples entretenimento: eram uma escola de valores, um convite à imaginação e uma fuga da rotina.

Quando finalmente se entrava no cinema, a atmosfera se transformava. O som característico do projetor, uma melodia familiar para todos, criava um ambiente mágico. As cadeiras de madeira, com seus assentos retráteis, nos convidavam a relaxar e nos preparar para a jornada. A luz suave que envolvia a sala, juntamente com os primeiros trailers, aumentavam a ansiedade e a expectativa do público. A emoção crescia à medida que todos se acomodavam, prontos para serem transportados a um universo dinâmico e fascinante.

Conforme as luzes se apagavam, um silêncio expectante se instalava, preparando o terreno para uma jornada épica. A tela, antes um vazio negro, se transformava em um portal para o Velho Oeste, onde a vida pulsava em cada plano. Cavalos selvagens rasgavam o horizonte, índios imponentes desafiavam as convenções, vilões impiedosos instigavam o caos e tiroteios frenéticos ecoavam pelos desertos áridos. Em meio a esse universo visceral, os heróis, com seus chapéus de abas largas e revólveres reluzentes, encarnavam a justiça e a coragem que ansiávamos, guiando-nos por uma narrativa onde o bem, invariavelmente, superava as forças do mal.

Por que nos apaixonávamos pelos cowboys?

Heróis de verdade: Os cowboys eram mais do que apenas personagens. Eram símbolos de justiça, coragem e independência. Lutavam contra o mal, defendiam os fracos e encarnavam o sonho americano.

Um mundo distante: O Velho Oeste, com seus desertos imensos, cidades empoeiradas e paisagens áridas, era um lugar mágico e exótico, que despertava a nossa curiosidade e aventura.

Ação e emoção: Perseguições a cavalo, duelos eletrizantes e explosões épicas nos prendiam à tela, fazendo nossos corações baterem mais forte.

Valores atemporais: Além da ação, os filmes de cowboy nos ensinavam lições importantes sobre amizade, honra, lealdade e a importância de fazer o bem.

Os cowboys que marcaram nossas vidas.

O Velho Oeste nos presenteou com uma galeria de cowboys lendários, que ganharam vida na tela de Cinema Ideal, marcaram época e conquistaram os nossos corações.

Buck Jones e Tom Mix foram os pioneiros, abrindo caminho para um gênero que ainda estava engatinhando. Seus filmes, repletos de ação e acrobacias, capturaram a imaginação do público e estabeleceram o cowboy como um herói destemido e solitário.

John Wayne, com sua voz grave e olhar penetrante, elevou o personagem a novas alturas. Ele personificou a figura do cowboy justiceiro, inspirando gerações com sua postura imponente e seu senso de honra.

A figura do cowboy inteligente e sagaz foi representada por Hopalong Cassidy, um personagem que utilizava sua mente afiada tanto quanto suas habilidades com o laço. Ao lado de seu fiel companheiro equino, Topper, ele conquistou o público com suas aventuras repletas de suspense e humor.

A era de ouro do western também foi marcada por cantores como Roy Rogers e Gene Autry, que combinavam música e aventura em seus filmes. Com suas personalidades alegres e honestas, eles se tornaram ídolos para crianças e adultos, espalhando a mensagem de que o bem sempre vence o mal.

Durango Kid, Johnny Mack Brown, Bill Elliott e Rex Allen foram outros grandes nomes que contribuíram para o sucesso do gênero, cada um com seu estilo único. Seus filmes, repletos de ação, humor e emoção, encantaram o público e consolidaram o western como um dos gêneros mais populares do cinema.

Um legado que perdura.

A paixão pelos filmes de faroeste pode ter arrefecido ao longo dos anos, mas seu legado permanece vivo na memória de muitos. Os valores transmitidos nesses clássicos, como a importância da família, do trabalho árduo e da justiça, continuam a ecoar e a inspirar novas gerações. Afinal, quem nunca se encantou com a ideia de cavalgar para o pôr do sol, enfrentar desafios e viver grandes aventuras?

O Cinema Ideal foi muito mais do que um simples cinema; foi um portal para um mundo de fantasia e heroísmo. Ali, a magia do cinema nos transportava para o Velho Oeste, onde nos identificávamos com os justiceiros solitários e aprendíamos lições valiosas para a vida.

Com sessões especiais direcionadas ao público infantil, o Cinema Ideal contribuiu significativamente para a formação de gerações de maceioenses. Além de proporcionar momentos de lazer e entretenimento, os filmes de faroeste transmitiam ensinamentos sobre a importância da amizade, da coragem e da luta pelo bem. Em suma, o cinema, e em especial o Cinema Ideal, foi uma verdadeira escola de vida para muitos maceioenses.

Ehrlich Falcão
É Engenheiro Civil, formado pela Faculdade de Engenharia da Universidade Federal de Alagoas. Sua carreira é marcada por contribuições significativas ao Departamento de Estradas de Rodagem de Alagoas (DER/Al) e à Prefeitura Municipal de Maceió, onde atuou como engenheiro. Sua experiência prática é complementada por um estágio no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPUC), onde se especializou em planejamento urbano. Além disso, também se dedicou à educação, atuando como professor no Instituto Federal de Alagoas (IFAL). Aprofundou seus conhecimentos na área de Transporte e Engenharia de Tráfego, tornando-se especialista pela UFAL. Posteriormente, alcançou o título de Mestre em Tecnologia pelo Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro. Expandiu seus horizontes acadêmicos e obteve o título de Doutor em Ciências da Educação pela Universidade Tecnológica Intercontinental (UTIC), localizada em Assunção, Paraguai. Sua paixão pelo conhecimento e pela contribuição à sociedade é evidente em seu envolvimento com o Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGAL), onde ocupa a Cadeira nº 51, que tem como patrono Francisco Calheiros da Graça. É membro da Academia dos Engenheiros Escritores de Alagoas (ACEAL), onde ocupa a Cadeira nº 16, cujo patrono é José Arnaldo Lisboa Martins. É pesquisador, palestrante e autor do livro “Memórias de Maceió: I – Origem, fundação e símbolos”, obra que reflete sua dedicação à preservação e à disseminação do conhecimento.
X