
É noite de decisão no Rei Pelé.
CSA e Ferroviário se enfrentam nesta quarta (9), às 19h, por uma vaga entre os quatro melhores da Copa do Nordeste. Mas o que separa os dois times vai além da tabela: é a confiança no torcedor de um lado e o peso do retrospecto fora de casa do outro.
O Azulão vem de duas derrotas seguidas na Série C — para Guarani e Caxias — e sabe que precisa virar a chave. Mas se tem algo que ainda joga a seu favor é o fator Rei Pelé. Em 2025, o CSA disputou 19 partidas no estádio: venceu 13, empatou 4 e perdeu só 2 (para Bahia e Caxias). Foram 37 gols marcados e apenas 13 sofridos. É a velha máxima do futebol: time que joga com a arquibancada, joga com 12.
Do outro lado, o Ferroviário chega com moral abalada. Em seus últimos três jogos pela Série D, empatou dois (Sousa e Treze) e perdeu um (América-RN). E longe de casa, o histórico é indigesto: 15 jogos fora em 2025, com 9 derrotas, 3 empates e só 3 vitórias.

Mas o time de Tiago Zorro, técnico português de frases sinceras e futebol direto, já provou que pode incomodar. Foi assim na fase de grupos, ao eliminar Altos, CRB e Sousa — e até surpreender ao vencer o CRB em pleno Rei Pelé.
"Podemos vencer todos os jogos. As pessoas não acreditam. Mas também não acreditavam contra o América-RN e o Santa Cruz", disse Zorro, talvez mandando um recado para dentro e para fora.

O duelo também coloca frente a frente dois artilheiros em fases distintas, mas com faro apurado. Pelo CSA, Tiago Marques soma 14 gols e 2 assistências em 31 jogos — e vive a melhor sequência de sua carreira.

No Ferrão, Ciel dispensa apresentações: aos 43 anos, já marcou 11 gols e deu 3 assistências em 23 partidas este ano. Desde 2023, são 46 gols com a camisa do Tubarão da Barra.
E tem mais: o Ferrão perdeu recentemente seu destaque Allanzinho para o Fortaleza, mesma trajetória que já foi feita por Erick Pulga, hoje titular do Bahia. Agora, surge uma nova aposta: Thiago Pulga, irmão de Erick, com 20 anos, que já soma 6 jogos e 1 gol no profissional. A genética está em campo.

O CSA não terá o técnico Higo Magalhães, suspenso. O auxiliar Lauro Martins comanda a equipe à beira do gramado.
Jogo único. Clima de Copa. E um cenário onde o CSA costuma crescer. O Ferrão terá que fazer mais do que quebrar a sequência ruim — vai precisar desafiar o ambiente. Porque no Rei Pelé, o peso é outro.