
Na largada da Série B, o discurso era o de sempre:
“É sorte”, “a tabela favoreceu”, “espera pegar os grandes”.
Pois bem. Pegou o invicto Remo. Venceu. E agora?
Com 18 pontos em 10 jogos, dividindo campanha com o Cuiabá (que está no G4), o CRB já não pode mais ser ignorado. Está à frente de times como Vila Nova, Atlético-GO, Avaí, Criciúma e Athletico-PR — todos com mais investimento e, no papel, mais badalados. Mas futebol não é papel. É execução.
Por trás do desempenho, dois nomes: Eduardo Barroca e Ari Barros.
O executivo identificou que o time precisava de ajustes ainda no estadual. Fez trocas pontuais, trouxe jogadores experientes, criou uma política interna de premiações e blindou o elenco. Trouxe serenidade ao dia a dia.
No campo, Barroca fez um elenco desacreditado virar surpresa.
Mesmo sem Meritão, Herculano e Baggio, venceu o Remo com imposição tática e entrega. A defesa é sólida, o time é intenso, e o goleiro Matheus Albino — até aqui, o melhor jogador do time — segura quando precisa.
Mas atenção: depender sempre do goleiro é perigoso. A chegada de reforços como Léo Campos, Giovanne e Dadá Belmonte pode dar ao time o que faltava: mais repertório ofensivo. Léo, inclusive, pode atuar como volante. É peça versátil e útil.
Os grandes orçamentos da Série B já se impõem: Goiás, Coritiba, Novorizontino, Cuiabá.
Mas é no pelotão dos “azarões” que o CRB começa a incomodar. E o que era tratado como fase… começa a parecer projeto.
Com regularidade, identidade e um vestiário em paz, o CRB vai se firmando como realidade.
E até os torcedores mais céticos estão ficando sem argumento.
Desacreditado, o time alagoano se firmou com organização, elenco competitivo e um goleiro salvador.