“Peço-te o prazer legítimo e o movimento preciso, quando o tempo for propício.Tempo, tempo, tempo, tempo...” Assim, com essas palavras, Caetano Veloso agradeceu a passagem dos anos, na memorável “Oração ao Tempo”. Tais versos também serviriam para definir, com precisão, o momento pelo qual passam Petkovic, no Flamengo, e Ricardinho, no Atlético.
Ambos, acima dos 30 anos, armadores e dotados de rara técnica, chegaram sob desconfiança de alguns, mas se tornaram os donos da bola em seus respectivos clubes e agora brigam pelo título brasileiro, além de serem protagonistas do clássico de domingo, ao lado de Adriano e Diego Tardelli, evidentemente.
Além da experiência, do currículo vitorioso e da incontestável habilidade, há outras coincidências na trajetória de Pet e Ricardinho. Enquanto o rubro-negro teve o Atlético Mineiro como último clube, antes de retornar à Gávea, Ricardinho foi cotado para reforçar o Flamengo no meio do ano, mas parou mesmo no Galo.
Pet e Ricardinho, embora meia-armadores clássicos, abdicaram da camisa 10. Os números escolhidos têm motivos bem mais nobres, acreditam. O apoiador do Galo escolheu a 80, por sugestão dos filhos. Já Petkovic preferiu a 43, em referência ao minuto do gol do tri, em 2001.
Sem fazer comparações, Petkovic enalteceu a qualidade técnica de Ricardinho, admitiu o bom momento e aproveitou para reiterar que Flamengo e Atlético têm tudo para fazer um grande jogo no próximo domingo.
– Será uma partida muito importante, na qual as duas equipes buscarão a vitória, uma vez que os dois times precisam muito vencer para buscar algo melhor no campeonato. Mas não dá para comparar nada. Cada um tem seu jeito – comentou Pet.