Incorporada à União Europeia no último ano, a Croácia deu início a uma nova era desde sua independência da Iugoslávia na década de 90. Para o futebol do País, a medida já teve um efeito colateral sensível com apenas duas janelas de transferências: antes extra-comunitários, os jogadores croatas precisavam concorrer pelas restritas vagas para estrangeiros nas principais ligas da Europa. Agora membros da UE, se tornaram bem mais acessíveis e seduziram principalmente as equipes italianas.
Nesse contexto, os cinco jogadores jovens croatas com possibilidades de disputar a próxima Copa do Mundo acertaram transferências recentemente. Sime Vrsaljko ( lateral direito, Genoa-ITA), Igor Bubnjic ( zagueiro, Udinese-ITA), Mateo Kovacic (20 - foto acima) e Ante Rebic (atacante, Fiorentina-ITA) deixaram a Croácia rumo à Itália em tempos recentes. O quinto nome trocará de equipe em junho: Alen Halilovic (96, meia, Barcelona-ESP). Chamado de Messi Croata, já é uma estrela no Dínamo de Zagreb com 17 anos e se transfere inicialmente para a equipe B dos catalães (ver texto sobre ele mais abaixo).
É possível traçar um paralelo entre a trajetória de Halilovic e Luka Modric, o grande jogador croata desde Davor Suker. Também revelação do Dínamo de Zagreb, Modric permaneceu em sua equipe até 2008, quando fez uma Eurocopa de primeira linha e convenceu o Tottenham de que valia pagar por ele a maior quantia de sua história, 17 milhões de libras (R$ 62 milhões na cotação atual). Àquela altura, Modric deixava a Croácia com 23 anos. Halilovic vai para o Barcelona com 18.
Se por um lado a liga croata pode se preocupar com os efeitos de uma fuga de talentos, principalmente para o nível técnico a longo prazo, economicamente os ganhos são consideráveis. Com restrições para negociar com os países da União Europeia, a Croácia tinha pouco dinheiro em circulação. Nos últimos três anos, a primeira divisão croata movimentou 67 milhões de euros (R$ 215 milhões na cotação atual) em transferências. Para efeito de comparação, a primeira divisão suíça movimentou 119,6 milhões de euros (R$ 382 milhões) no mesmo período. Até a elite da Romênia, hoje um país mais modesto em potencial de atletas, movimentou mais que os croatas, com 70,1 milhões de euros (R$ 224 milhões).
Recentemente quinta colocada no Europeu Sub-17, justamente com a liderança Halilovic no meio-campo, a Croácia indicou a possibilidade de uma boa geração para o futuro – ainda que tenha caído já na primeira fase do Mundial da categoria. Dos 21 convocados para a competição, 19 ainda atuam por equipes croatas, realidade que deve começar a mudar nos próximos anos.