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'Se eu não pagasse a dívida, não sairia da fazenda', diz trabalhadora

Alagoanos já possuíam dívida superior a R$ 10 mil com fazendeiro que os contratou no Espírito Santo


			
				'Se eu não pagasse a dívida, não sairia da fazenda', diz trabalhadora
Trabalhadores alagoanos foram resgatados de fazenda no Espírito Santo. Reprodução

Os alagoanos resgatados em situação análoga à escravidão em uma fazenda de café no interior do Espírito Santo falaram à Gazeta News sobre os 14 dias que viveram no Estado. Wagna Silva, de 43 anos, disse que os trabalhadores já possuíam uma dívida superior a R$ 10 mil com o fazendeiro contratante e que não conseguiriam sair sem pagar.

“A gente recebeu proposta de trabalho que o empregador pegaria a gente com uma van em Alagoas, pagaria a passagem e, depois, a gente repassava o dinheiro do transporte para ele. Mas toda vez que a gente precisava fazer qualquer compra, esse valor acrescentava no valor do transporte. A conta só foi aumentando. Primeiro fomos informados que a passagem de todos seria 6 mil, mas depois passou para 8 mil, fora o valor das compras de alimentos. Se a gente precisasse de remédio, ele não cedia. Se precisasse ir para médico, a gente teria que pagar o transporte que era da mesma família dele, pagando 100, 150 reais. Não foi à toa que a compra chegou no valor de R$ 10.380. Se eu não pagasse a dívida, não sairia da fazenda”, relatou a trabalhadora.

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O grupo com 12 pessoas saiu de Penedo, interior de Alagoas, em busca de oportunidade de trabalho, mas, ao invés disso, encontrou um local insalubre e poucas ou nenhuma condição de trabalho.

“Foi prometido que tinha muito café para colher, que seria 30 reais o saco e que as instalações de moradia seriam boas. Quando chegamos, tinha uma cesta básica e alguns colchonetes que a gente dormia no chão. Depois mudamos para um alojamento que tinha mais quartos, mas a situação não era boa para ninguém”, explicou Wagna.

Ela contou que um dos trabalhadores disse ao fazendeiro que iria embora e todos foram ameaçados.

“Um menino disse que queria ir embora, mas ele disse que qualquer um podia ir, mas se fosse, ele chamaria a polícia porque ele não estava preparado para perder esse dinheiro. Isso foi uma ameaça. Não tinha muito café para colher, muitos estavam secos. Os meninos colhiam um saco, meio saco por dia, não tinha como pagar essa dívida. Eu cheguei a conversar com ele e questionar: ‘como a gente vai pagar esse dinheiro se não tem café para colher?’. Alguns meninos choraram pela situação, sem saber como iam pagar as dívidas, se não tinha café”.

Agora, em segurança, eles pedem justiça. “Estamos seguros, com a PF e o MPT, estamos em um hotel (até o retorno a Alagoas). Estamos aliviados. Nenhum dinheiro paga a nossa dignidade. a justiça tem que ser feita. É preciso fechar a fazenda para que isso não aconteça com mais ninguém. Queremos voltar para casa, para nossa família”, concluiu.

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