Nos últimos três anos, Alagoas teve 2.697 internações em média com doenças relacionadas à falta de saneamento a cada ano, o que equivale a 1,7% do total de internações. É o menor índice entre todos os estados pesquisados no país, conforme revela levantamento da Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (ABCON SINDCON), associação das operadoras privadas de saneamento, feito com base nos dados do SUS.
As despesas com essas doenças atingiram R$ 3,99 milhões em média a cada ano, o que também representa 1,7% do total de despesas com internações ao longo do período do levantamento.
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Ainda assim, em média, sete pessoas são internadas a cada dia em Alagoas por doenças provocadas pela falta de saneamento. Entre essas doenças estão a cólera, diarreias infecciosas, hepatite A, verminoses, amebíase, difteria, leptospirose, febre amarela, dengue e leishmaniose, entre outras.
Os dados mostram que as doenças relacionadas à falta de saneamento foram responsáveis, nos últimos três anos (2021, 2022 e 2023), por uma média de 464 óbitos anuais no estado, o que equivale, também na média, a 5,7% de todos os óbitos registrados em internações durante o período.
Investimentos – Com várias concessionárias privadas de saneamento atuando no estado, a ABCON SINDCON aponta casos bem-sucedidos de investimentos na ampliação dos sistemas de água e esgoto em Alagoas.
No interior do estado, a PPP Agreste Saneamento beneficia mais de 337 mil habitantes com captação e tratamento de água, em Arapiraca e mais nove municípios, desde 2012.
Outra parceria que começa a demonstrar resultados é a Sanama, que recentemente inaugurou uma estação elevatória de esgoto no bairro do Tabuleiro do Martins, em Maceió, em um investimento de R$ 43 milhões. A empresa é uma PPP de esgoto que atende 350 mil moradores da região alta da capital alagoana.
A Verde Alagoas, concessionária de água e esgoto de 27 municípios do litoral norte e região da Mata, assumiu a operação dos serviços em outubro de 2022, para atender cerca de 400 mil alagoanos. Em dois anos de concessão, a empresa já implementou 45 km de novas redes de água.
Estudos – A relação entre a ausência de serviços adequados de saneamento e a incidência de doenças que causam mortes e sobrecarregam de custos a saúde pública já é algo reconhecido mundialmente. Estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que a cada US$ 1 investido em saneamento se economiza US$ 5,50 em saúde.
No Brasil, onde cerca de 90 milhões de pessoas não estão conectadas à rede geral de coleta de esgoto, esse reflexo é sentido em todas as regiões do país. Outro estudo, da GO Associados, ressalta que, com a universalização dos serviços de água e esgoto, a saúde teria uma economia de R$ 25 bilhões até 2040.
“Alcançar melhores condições de vida da população a partir da saúde é o impacto mais significativo da universalização do saneamento. É preciso acelerar os investimentos nesse sentido e fortalecer o saneamento como prioridade em todos os estados do país”, afirma a diretora-executiva da ABCON SINDCON, Christianne Dias.
*Com Assessoria