
A Marinha Americana abateu um veleiro brasileiro a tiros em alto-mar, em local próximo ao continente africano. A embarcação estava a serviço do tráfico internacional de drogas, levando três toneladas de cocaína. A apreensão dos entorpecentes motivou uma investigação que desarticulou uma organização criminosa por meio da Operação Narco Vela, deflagrada pela Polícia Federal.
Ao todo, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, 31 de prisão temporária e 62 de busca e apreensão em cinco estados do Brasil e em três países: Estados Unidos, Itália e Paraguai.
Leia também
1 - Veleiro abatido
A abordagem e apreensão da cocaína foi feita pela Marinha Americana, em fevereiro de 2023. No entanto, outros carregamentos investigados também foram interceptados em águas internacionais pela Guarda Civil Espanhola e a Marinha Francesa.
Nas imagens, obtidas pela TV Tribuna, emissora afiliada da Globo, é possível ver o veleiro sendo alvejado por diversos tiros em alto-mar. Em determinado momento, uma parte da embarcação explode.
2 - Investigação
A investigação começou a partir de uma comunicação da Agência de Repressão às Drogas dos EUA (Drug Enforcement Agency – DEA) sobre a apreensão das três toneladas de cocaína dentro do veleiro.
De acordo com o delegado Scalezi Júnior, a organização criminosa desarticulada pela operação recrutava pescadores para transportar drogas até o alto-mar, onde os entorpecentes eram transferidos para outras embarcações com destino ao exterior.
3 - Como funcionava o esquema
O tráfico era voltado principalmente aos continentes europeu e africano, com uso de equipamentos de rastreamento por satélite e embarcações de longo curso, como barcos e veleiros. O principal núcleo da organização criminosa tem origem na Baixada Santista.
Segundo o delegado, a PF descobriu que diversos investigados já tinham expertise no tráfico internacional de drogas. Eles convidavam, inclusive, pescadores para participar do esquema de travessia. "Eram cooptados pelo tráfico com a promessa de ganho de valores altos", explicou.

Segundo Scalezi, a organização que tinha base na Baixada Santista era responsável por armazenar a droga em região terrestre, no litoral, e acondicioná-la em pequenas lanchas. Essas lanchas, veículos rápidos, faziam o transporte da droga até o alto-mar.
Já na região de alto-mar, de acordo com a autoridade policial, os entorpecentes eram transferidos dessas lanchas pequenas para barcos maiores, como pesqueiros e veleiros que faziam as travessias transoceânicas até os países de destino da droga.
"Chegando-se próximo à costa africana ou da parte ali das Ilhas Canárias, elas se encontraram com outras embarcações menores, lanchas rápidas que realizavam o resgate dessa droga e levavam até o continente", afirmou.4 - Empresário investigado
O empresário Rodrigo Morgado era um dos investigados durante a Operação Narco Vela e, contra ele, havia mandados de busca e apreensão em diversos endereços, em Santos, Bertioga e São Paulo. Ele chegou a ser preso na capital paulista após os policiais federais encontrarem uma arma dentro da Lamborghini dele. O dono da Quadri Contabilidade já conseguiu um alvará de soltura.

À Polícia Federal, Morgado justificou a presença da arma no carro “por falta de atenção”, dizendo que foi para São Paulo às pressas na madrugada de segunda-feira (28) para internar o filho no Hospital Albert Einstein.
Ele teve a prisão convertida em preventiva durante audiência de custódia na quarta-feira (30), no Fórum da Barra Funda. Na decisão, o juiz Antônio Balthazar de Mato disse que o empresário está vinculado a investigações de tráfico internacional, ameaça e vias de fato, o que o torna um risco à sociedade.
"Quem, sem autorização legal, dispõe-se a andar armado, mormente (principalmente) se envolto em práticas ilícitas, salvo hipóteses excepcionalíssimas, está pronto a cometer os mais sérios crimes tipificados em lei", destacou o juiz.
Segundo apurado pelo g1, a esposa dele é advogada e conseguiu um alvará de soltura para o marido na sexta-feira (2). Em uma nova decisão, o juiz Mens de Mello afirmou que o fato de Morgado ter a documentação de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC) demonstra que a posse da arma pode não decorrer de uma conduta criminosa, o que deve ser apurado durante o processo.
O empresário Rodrigo Morgado era um dos investigados durante a Operação Narco Vela e, contra ele, havia mandados de busca e apreensão em diversos endereços, em Santos, Bertioga e São Paulo. Ele chegou a ser preso na capital paulista após os policiais federais encontrarem uma arma dentro da Lamborghini dele. O dono da Quadri Contabilidade já conseguiu um alvará de soltura.
À Polícia Federal, Morgado justificou a presença da arma no carro “por falta de atenção”, dizendo que foi para São Paulo às pressas na madrugada de segunda-feira (28) para internar o filho no Hospital Albert Einstein.
Ele teve a prisão convertida em preventiva durante audiência de custódia na quarta-feira (30), no Fórum da Barra Funda. Na decisão, o juiz Antônio Balthazar de Mato disse que o empresário está vinculado a investigações de tráfico internacional, ameaça e vias de fato, o que o torna um risco à sociedade.
"Quem, sem autorização legal, dispõe-se a andar armado, mormente (principalmente) se envolto em práticas ilícitas, salvo hipóteses excepcionalíssimas, está pronto a cometer os mais sérios crimes tipificados em lei", destacou o juiz.
Segundo apurado pelo g1, a esposa dele é advogada e conseguiu um alvará de soltura para o marido na sexta-feira (2). Em uma nova decisão, o juiz Mens de Mello afirmou que o fato de Morgado ter a documentação de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC) demonstra que a posse da arma pode não decorrer de uma conduta criminosa, o que deve ser apurado durante o processo.